O Ministério Público Estadual (MPE) também abriu inquérito para apurar o caso. De acordo com a Unesp, a Faculdade de Engenharia vai instalar uma Comissão de Sindicância para apurar como os fatos aconteceram. A medida foi determinada pela Assessoria Jurídica da Unesp, que não informou a data de início nem o prazo para conclusão dos trabalhos.
A iniciativa, de acordo com a Unesp, tem o objetivo de investigar as irregularidades, apontar quais estudantes da instituição participaram da organização da festa e das competições com bebidas alcoólicas e punir os responsáveis. Os outros estudantes internados em coma alcoólico também teriam participado da competição.
Sem alvará
Para o MP, o evento era clandestino, pois não tinha alvarás para ser realizado e não obedecia à lei. A Promotoria suspeita de que as festas de estudantes se tornaram um negócio, com organizadores que obtêm lucros financeiros enquanto colocam a segurança dos frequentadores em risco.
O inquérito foi aberto pelas Promotorias dos Direitos do Consumidor, da Arquitetura e Patrimônio e da Criança e do Adolescente. Esse, porém, não é o primeiro inquérito sobre festas universitárias. Desde novembro de 2014, o MPE de Bauru apura, em outro inquérito, a realização de festas clandestinas na cidade.
Polícia Civil de Bauru decretou sigilo no inquérito que apura a morte de Fonseca e as lesões corporais nos outros estudantes. Por enquanto, dois estudantes respondem por crimes de homicídio e lesões corporais com dolo eventual (quando não há intenção, mas assume o risco). A polícia não divulgou o resultado do laudo toxicológico de um dos estudantes.
Problemas cardíacos
O laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) confirmou, nesta quarta-feira, que o estudante Humberto Fonseca tinha problemas cardíacos. Os exames confirmaram que a morte do jovem durante uma competição de bebidas alcoólicas em uma festa universitária foi causada de enfarte.
Os legistas constataram que o estudante era portador de doença cardíaca - tinha o coração dilatado e estreitamento nas coronárias - e que o consumo exagerado de álcool pode ter potencializado o problema, reduzindo a circulação do sangue para o coração e causando o enfarte que o matou. "É muito provável que o consumo excessivo de álcool tenha potencializado a doença pré-existente", disse o diretor do IML de Bauru, Roberto Carlos Echeverria.
O delegado responsável pelo inquérito Kleber Granja já tinha adiantado ao em.com.br na última segunda-feira que o laudo preliminar apontou problemas cardíacos no jovem. Porém, somente nesta quarta-feira veio a confirmação. .