O presidente da Fundação Clóvis Salgado, Augusto Nunes-Filho recebeu representantes do Ballet Jovem e da Big Band Palácio das Artes, na tarde desta sexta-feira, mas não transmitiu muito otimismo.
Sem entrar em detalhes sobre os custos de manutenção dos projetos, Augusto frisou que é preciso pensar uma alternativa que não seja dependente das leis de incentivo à cultura. Tanto o Ballet Jovem como a Big Band são projetos que nasceram dentro da diretoria de Ensino e Extensão do Centro de Formação Artística. Diferentemente da Companhia de Dança Palácio das Artes ou mesmo do coro, por serem projetos independentes, não recebiam recursos direto do Estado.
De acordo com o gestor, apenas o dinheiro arrecadado com as apresentações não seriam suficientes para manutenção da estrutura necessária. Augusto Nunes-Filho informa que os números concretos com os custos farão parte do diagnóstico que está sendo preparado pelo Governo de Minas.
A ideia da nova diretoria é priorizar a função pública do Palácio das Artes. “Vamos concentrar todos os nossos esforços em melhorar a Companhia de Dança, o coro, a orquestra”, garante. Paradoxalmente, a função social desempenhada principalmente pelo Ballet Jovem potencializava a mesma função pública.
Há oito anos em atividade o Ballet Jovem se tornou uma das principais incubadoras de talento na área da dança, mesmo sendo um projeto de extensão. Neste período formou pelo menos 120 novos bailarinos sendo que 35 já estão em companhias profissionais como Grupo Corpo, Balé da Cidade de São Paulo, Cia de Diadema, Balé Teatro Castro Alves, Quasar Cia de Dança, Balé do Teatro Guaíra e até a própria Cia de Dança Palácio das Artes, um dos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado. Dois artistas formados pelo Ballet Jovem hoje atuam profissionalmente no Ballet Black em Londres e na Baltic Dance Theater Opera Baltycka em Gdansk, Polônia.
Na tarde desta sexta os bailarinos fecharam a avenida Afonso Pena com um protesto pacífico. Vestidos de branco, com balões nas mãos, os integrantes do Ballet dançaram na rua trechos das coreografias da companhia. Nos cartazes, além da hashtag #ficaballejovempalaciodasartes mensagens como "Eu tenho esperança", "Jovens precisam de oportunidade", "Um povo é feito de cultura", entre outras.