Unidades da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fora do câmpus Pampulha também já sentem os reflexos da crise econômica da instituição, que sofreu corte de R$ 30 milhões no orçamento do ano passado. Ontem à noite, na portaria da Escola de Arquitetura, na Rua Paraíba, no Bairro Funcionários, Centro-Sul de BH, era possível ver as consequências da falta de dinheiro. No local estava trabalhando apenas um porteiro de uma empresa terceirizada, quando o normal seriam pelo menos dois, e não havia nenhum vigilante. Na Faculdade de Direito, na Avenida João Pinheiro, no Centro, para minimizar a redução de terceirizados, um dos dois servidores da Divisão de Segurança Universitária estava na portaria da entidade, que agora conta com apenas um prestador de serviço no setor à noite.
Na entrada do prédio da Arquitetura, a cadeira agora fica recuada debaixo da mesa, por falta de funcionário. Na tela do computador, imagens das câmeras de segurança, que não são vistas por ninguém. “Fui assaltada à tarde no ano passado saindo da escola. Se a situação já era complicada, com redução de pessoal, ficará mais. Depois de muitas ocorrências de ataques a alunos, a direção se convenceu de que seria ideal ter pelo menos dois porteiros.
Aluna do 4º período de direito, Patrícia Moinhos lamenta o corte já na primeira semana de aula? “Muito ruim o governo federal não repassar verba, prejudicando a prestação de serviços essenciais como segurança e limpeza. Educação é prioridade. Não dá para abrir mão.” A crise econômica não se limita somente à redução de funcionários terceirizados. O corte resultou também na suspensão do pagamento de contas de água e luz.
Funcionários dos setores afetados já denunciam sobrecarga de trabalho e falta de pessoal em serviços importantes para as atividades pedagógicas. Fontes ligadas aos trabalhadores afirmam que, dos 120 seguranças, 40 já foram dispensados e 20 cumprem aviso prévio. Na limpeza, as referências são de pelo menos 200 cortes, e mais 100 devem ocorrer nos próximos dias.
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