O projeto de assistência às vítimas foi apresentada ao juiz federal Carlos Henrqiue Haddad, responsável pela clínica, quando ele fazia doutorado em Michigan. “Isso já funcionava lá e como tem intenção de fazer uma rede universal em vários países, me fizeram a proposta. O mesmo projeto já funciona no México e estão com negociação com outros países”, explica Haddad.
Ao apresentar como funciona a clínica, os responsáveis pela assistência em Michigan deram um exemplo que aconteceu com uma brasileira em 2013. “A mulher foi vítima de tráfico de pessoas e foi atendida. Eles precisaram ter um documento de identificação, mas não conseguiram encontrar ninguém no Brasil. Isso vai ajudar nestes tipos de caso”, afirma o juiz federal.
A clínica já está em funcionamento no 14º andar da Faculdade de Direito. Estudantes sob a coordenação de Haddad e da advogada Lívia Miraglia, que também é professora da UFMG, vão atuar no auxílio das vítimas. Serão feitas as defesas em questões cíveis e penais, soluções de problemas de imigração e pendências trabalhistas, solicitar mudança de nome para proteção contra autores do crime e para requerer indenização por dano moral e material.
Por enquanto, nenhuma pessoa foi atendida. A princípio, o núcleo busca parcerias para começar receber as vítimas. “Não tínhamos a expectativa de começar com uma fila de pessoas. Temos que estabelecer uma rede de contato com várias instituições e elas passem a fazer o encaminhamento para gente. Nesta semana já temos uma reunião com o núcleo de tráfico de pessoas aqui em Minas Gerais”, comenta Haddad.
O juiz federal lembra a situação ruim de Minas sobre o trabalho escravo divulgada no ano passado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).