A declaração do estado de escassez hídrica pelo Instituto Mineiro das Águas (Igam), anunciada nessa segunda-feira pelo governo depois de reunião da força tarefa que avalia a crise de abastecimento, abre caminho agora para as discussões sobre qual o modelo de racionamento que será adotado pela Copasa para a Grande BH a partir de maio. O secretário estadual de Planejamento Helvécio Magalhães, que coordena a força-tarefa, informou que deverão ser avaliadas com a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae) alternativas como rodízio, redução de vazão, manejo interno dos fluxos dos sistemas interligados e alternância de dias ou regiões. “Segundo a lei de saneamento, (a declaração de escassez hídrica) é a condição para que a Copasa faça a proposta de racionamento e/ou sobretarifa”, afirmou o secretário.
Na reunião da força-tarefa, foi apresentado o relatório detalhado sobre a situação dos reservatórios em Minas, com destaque para o Rio Manso. Apesar do volume pluviométrico de fevereiro ter sido acima da média em boa parte de Minas, nessa bacia responsável pela maior parte do abastecimento da Grande BH, o índice ficou abaixo da média. Além da constatação das condições desfavoráveis dos reservatórios, o relatório também levou em conta as previsões pluviométricas para abril, que deverá ter volume de chuva abaixo da média do mês.
A presidente da Copasa, Sinara Inácio Meireles Chenna, confirmou que na próxima semana será enviada a proposta de racionamento para a Arsae. Segundo ela, serão avaliados os prazos exatos para o início das medidas – embora o secretário tenha confirmado que será em maio. Segundo Sinara, a população terá tempo hábil para se preparar. “Racionamento está no plano, embora tenha havido uma economia de parcela da população, isso ainda não é suficiente para dar tranquilidade.
Sinara adiantou que no sistema do Rio das Velhas não é possível suspender o fornecimento para região abastecida em função de a captação não ter reservação. Segundo ela, essa limitação se deve à captação ser a fio d’água. “Foge um pouco de nossa possibilidade de segurar e distribuir de forma gradativa.” Ela disse ainda que, no sistema Paraopeba, esse manejo é possível. A solução que deverá ser empregada é aumentar o máximo a transferência do Velhas para o Paraopeba, para que haja melhores condições para fazer o racionamento..