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Estado de Minas

Estudante encontrado morto no câmpus na UFV é sepultado nesta terça

Adolescente de 17 anos saiu de Ponte Nova para participar de uma calourada em Viçosa. Ele foi visto pela última vez na madrugada de sábado em uma estrada. O corpo foi encontrado na segunda-feira. Polícia investiga as circunstâncias da morte


postado em 10/03/2015 09:56 / atualizado em 10/03/2015 12:56

(foto: Reprodução internet/Facebook)
(foto: Reprodução internet/Facebook)

Será sepultado na manhã desta terça-feira na cidade de Raul Soares, na Zona da Mata, o corpo do estudante Gabriel Oliveira Maciel, de 17 anos. Ele havia sido visto pela última vez no sábado, quando participava de uma calourada de alunos da UFV. Na segunda-feira, um corpo identificado como sendo do adolescente foi encontrado em uma vala no câmpus da universidade.

Gabriel era da cidade de Ponte Nova e foi até Viçosa na sexta-feira para participar da festa Entornando o Béquer 2015, promovida pela República Qkické em um sítio da cidade. Ele estava acompanhado de uma jovem de 19 anos, inicialmente identificada como sua namorada, e amigos. Ela e outras testemunhas foram ouvidas ontem pelo delegado Bruno Mazzini.

Por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil, o delegado informou que a jovem negou ser namorada de Gabriel, mas disse manter um relacionamento com ele. Ela disse que saiu da festa às 3h de sábado e por volta das 6h soube que ele ainda não havia chegado em casa. A polícia foi informada que Gabriel havia sido visto sozinho na rodovia que liga São José do Triunfo a Viçosa por volta das 3h30. Desde então, o rapaz foi dado como desaparecido.

Familiares e amigos se mobilizaram nas redes sociais para tentar localizar o adolescente. Uma foto do estudante, com a descrição das roupas que ele usava e telefones de contato foi compartilhada pelo Facebook. No entanto, na segunda-feira, veio a notícia trágica. O corpo de um rapaz havia sido encontrado em um buraco em uma área verde dentro do câmpus da universidade, sem roupas, documentos e objetos pessoais. Segundo a polícia, ele foi reconhecido por amigos e um tio que estavam no local. A causa da morte não pôde ser definida, pois o corpo se encontrava em estado avançado de decomposição.

A polícia informou que a equipe do delegado Mazzini está levantando informações e fazendo diligências. Não há depoimentos previstos para hoje. Sobre a linha de investigação, o delegado disse que ainda não há uma hipótese mais forte, e que todas as informações estão sendo analisadas.

Nas redes sociais, amigos do adolescente e da família manifestaram luto e comunicaram o local do sepultamento, no mesmo cemitério onde o avô de Gabriel está enterrado. Segundo a Polícia Civil, o corpo de Gabriel passou por perícia e foi liberado nesta madrugada. O laudo da necropsia, que deve apontar a causa da morte, deve ser concluído em 30 dias.

IDENTIDADE FALSA Na sexta-feira, quando saiu de casa, Gabriel Maciel disse à mãe que retornaria cedo. Porém, seguiu para Viçosa, para participar da festa em um local conhecido como Sítio do Lino, com entrada somente para maiores de 18 anos. Por meio de seu perfil no Facebook e na página do evento, a república que organizou a festa divulgou uma nota de pesar. “A República Qkické juntamente com a Comissão organizadora da Entornando o Béquer 2015 lamenta o ocorrido com o jovem Gabriel Oliveira Maciel. Encontrado morto hoje (09 de Março de 2015). Nossos sinceros sentimentos à família e amigos!”, diz a mensagem. O em.com.br tentou entrar em contato com a república, mas as ligações não foram atendidas.

Na página do evento, muitas pessoas comentaram o fato de Gabriel ter entrado na festa mesmo sendo menor de idade, onde seguranças checavam a carteira de identidade dos participantes. Segundo a Polícia Civil, a  jovem que acompanhava o estudante disse que ele entrou com um documento falso, que não foi encontrado.

PEDIDO DE JUSTIÇA
De acordo com um tio de Gabriel, que preferiu não se identificar, há cerca de uma semana, o adolescente pediu a mãe para ir à festa e ela foi contra. Depois, ele procurou o tio com a mesma intenção e também ouviu a mesma negativa.

“Só sabia que tinha calourada e pensei que era uma festa dentro da UFV (Universidade Federal de Viçosa). Se soubesse que era festa organizada por república, ele não teria ido”, contou o tio.

Ainda segundo o tio, Gabriel insistiu em ir ao evento porque queria pedir uma jovem em namoro. "Ele queria muito encontrar com ela”. O homem informou que a menina é natural de Ponte Nova e mora em Viçosa, onde estuda na UFV.

O tio de Gabriel informou também que o sobrinho ficou no apartamento onde a jovem reside e, ao saber do sumiço do menor, ele entrou em contato com a menina em busca de informações. "Foi uma prima da moça que atendeu ao telefone e falou que não sabia de nada e não ia passar o endereço do apartamento"

Em seguida, uma mulher que se identificou como tia da jovem ligou para o tio de Gabriel e negou que houvesse algum relacionamento entre eles. Após muita insistência, o homem finalmente foi ao apartamento da estudante e encontrou no imóvel uma mochila com pertences do sobrinho.

O tio não confirma que Gabriel tenha apresentado uma identidade falsa para entrar na festa e garantiu também que a vítima não bebia nem usava drogas. “Queremos justiça e descobrir quem está envolvido no assassinato”, desabafou.

PROTESTO A morte de Gabriel ocorreu poucos dias antes de um protesto marcado ainda no fim do ano passado para cobrar mais segurança em Viçosa. O “Ato contra a insegurança/violência em Viçosa” está marcado para as 9h de sábado com concentração na entrada do câmpus da UFV. De lá, os manifestantes vão seguir em direção à Câmara Municipal da cidade. Cinco mil pessoas já confirmaram presença na página do evento no Facebook. Na quarta-feira, haverá uma reunião no início da tarde para redigir uma carta formal que será entregue à polícia, prefeitura, Câmara e à reitoria da UFV.

“Não é uma manifestação de estudantes. É de todos. A insegurança é geral. Se os estudantes podem não ter força sozinhos, será que se os nativos, as famílias daqui, até os pais que estão longe e se preocupam diariamente com a segurança os filhos aqui, se unissem em um ato por um único propósito, uma única demanda: segurança. Uma cidade melhor pra se viver”, diz a descrição do evento. (Com informações de Landercy Hemerson)


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