A ideia nasceu em São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos, ganhou corpo em São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre e está prestes a chegar a Belo Horizonte. Dentro de aproximadamente um mês, BH terá seus primeiros parklets, equipamentos em ruas ou avenidas que transformam vagas de estacionamento de veículos, nas laterais da pista de rolamento, em minipraças com serviços e área de convívio. “Ainda vamos encontrar um nome mais condizente com BH”, disse ontem, sobre o nome em inglês da novidade, o secretário municipal adjunto de Planejamento Urbano, Leonardo Castro. Hoje, será publicado o decreto do prefeito Marcio Lacerda com os procedimentos e regras para ocupação dos espaços públicos no Diário Oficial do Município (DOM). “O processo não envolve licitação, apenas autorização da prefeitura”, conta o secretário-adjunto.
“Já temos vários interessados nos primeiros parklets”, adiantou Castro, ao lembrar que podem conquistar o espaço empresas, estabelecimentos comerciais, organizações não-governamentais, bancos, associações de moradores e outros empreendimentos e entidades. “Aceitamos até pessoa física, nos caso de ela querer fazer uma cortesia com os vizinhos.” Nas minipraças ou parquinhos, como também podem ser chamados, haverá bancos para o cidadão descansar depois de um passeio ou simplesmente bater um papo, mesas com cadeiras, pequeno bicicletário, tótem para recarrega de telefone celular e algum serviço que for conveniente. “O fundamental é que tais equipamentos são de uso irrestrito, não privativos, estando aberto a todas as pessoas”, destaca.
As estruturas são instalados geralmente em pontos mais nobres das cidades, com a condição básica de serem apropriados pela população. Como ocorre em todas os lugares do mundo que adotaram os plarklets, a implantação e posterior conservação fica a cargo do “mantenedor” e não da prefeitura.
Intervenções O secretário não adiantou que vias públicas de BH foram escolhidas para receber os parklets, mas é certo que a Avenida Alberto Cintra, no Bairro União, na Região Nordeste, faz parte da lista. Na tarde de ontem, Castro contou que a intervenção vai eliminar vagas para carros e explicou que os equipamentos terão 1 metro de largura por 2,20m de comprimento. Uma mesma avenida, portanto, poderá receber vários deles.
Comerciantes aprovam, mas temem vandalismo
A proposta de instalação de parklets encontra retorno positivo entre outros comerciantes da Avenida Alberto Cintra, no Bairro União. Entretanto, eles fazem resssalva. “A proposta é muito boa, o problema é o vandalismo”, diz Rosane Dias de Limas, funcionária de um restaurante. O secretário Leonardo Castro descarta possíveis atos de vandalismo, pois a estrutura é removível e pode ser guardada depois do uso. “Vaga para carro é sempre difícil, mas acho interessante tirar duas delas para dar espaço a uma iniciativa dessas. Tudo que for legal para os clientes e moradores é bem-vindo”, acredita Luciano Nascimento Pace, dono de um restaurante japonês na região.
Por ficarem na rua e não na calçada, os parklets têm grade de proteção dois lados. De acordo com a maquete feita pela equipe da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, as estruturas terão características bem particulares: serão de madeira certificada e resistentes ao sol e à chuva; removíveis e capazes de regularizar a diferença de nível resultante da curvatura transversal da via pública, sem concretagem sobre o asfalto; modulares, para facilitar transporte, montagem e desmontagem; e terão piso nivelado com o da calçada; faixas refletivas (em pintura ou adesvio) nas bordas do parklet; sinalização indicativa obrigatória, que ainda será definida; e sinalização do patrocinador opcional, também em estudo final. (GW) .