Criar e manter um grupo de vizinhos protegidos no WhatsApp, no entanto, exige regras. A Polícia Militar recomenda cuidado na hora de montar a rede como forma de garantir veracidade das mensagens trocadas, bem como a idoneidade dos participantes. De acordo com o chefe da sala de imprensa da corporação, major Gilmar Luciano, os interessados devem fazer um curso, semelhante ao do programa rede de vizinhos protegidos, oferecido pela corporação, para que haja participação da PM no grupo. Na lista de orientações para que o processo seja o mais seguro possível, está o preenchimento de um termo de adesão, no qual cada membro deve assumir o compromisso de repassar apenas informações verdadeiras sobre segurança pública. “Além disso, quem coordena a iniciativa deve ter um cadastro de todos os membros participantes”, afirmou.
De modo geral, a ideia de montar grupos de vizinhos na internet tem o aval da polícia. Segundo o major, a estratégia já era adotada pela PM, por meio do programa de vizinhos e comerciantes interligados. “Esses grupos têm se propagado pela cidade e são extremamente positivos porque podem alertar pessoas para evitar que elas se tornem vítimas, bem como manter o ambiente desfavorável à ação de bandidos por meio de um ação proativa da população. Bandidos motivados a cometer crimes sempre vão existir, mas com vigilância da comunidade, fica mais fácil diminuir o número de ocorrências”, disse o major.
Ele afirmou ainda que outros cuidados devem ser levados em conta antes das postagens. Ao presenciar um crime, a testemunha deve, antes de qualquer coisa, garantir sua segurança e integridade física e não se arriscar para postar informações, tirar fotos dos bandidos ou fazer vídeos. Se expor em uma situação de risco pode ser perigoso e resultar em morte.
“Toda vez que o morador se expõe numa ocasião dessas, ele coloca sua vida em risco, ao invés de resguardá-la. Depois de estar seguro, ele deve chamar a polícia e só então postar no grupo, desde que não esteja sendo observado pelos bandidos”. Somente depois da chegada da polícia e da situação sob controle é que os moradores devem fazer vídeos ou fotos da ocorrência em uma situação mais exposta, segundo o major.