Jornal Estado de Minas

Obra atrasada complica circulação do BRT/Move

Jorge Macedo - especial para o EM

Guilherme Paranaiba

De acordo com a Sudecap, substituição da pista vai demorar pelo menos mais quatro meses - Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press.

Pouco mais de oito meses depois da inauguração do transporte rápido por ônibus (BRT, da sigla em inglês) nas estações Vilarinho e Venda Nova, em Belo Horizonte, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) está refazendo todo o pavimento da Avenida Vilarinho, único corredor de acesso dos coletivos à Estação Venda Nova. O asfalto não suportou o peso dos veículos de transporte de passageiros e praticamente desmanchou em vários pontos, conforme o EM mostrou em dezembro. O problema é que a obra está prevista para durar quatro meses e, enquanto isso, os passageiros do Move ficam sujeitos aos transtornos causados pelo fechamento das estações de embarque e desembarque.

“A situação aqui está péssima, não tem condições. Desço na Estação Quadras do Vilarinho e semana passada o ônibus só parou na Estação Minas Caixa, bem mais na frente. Ninguém informa nada e a gente fica perdido”, diz a jovem aprendiz Larissa Paiva, de 19 anos. A líder comercial Josiane da Silva Ferry, de 30, conta que para chegar a Venda Nova desce na Estação Vilarinho e não enfrenta problemas, mas está sujeita aos problemas quando vai ao Centro. “Fica muito complicado, a BHTrans tinha que permitir a parada dos ônibus, por exemplo, no Shopping Norte”, afirma. “Estamos sujeitos ao ritmo da obra sem ter nenhuma informação do que vai acontecer.

Tem dia que pode descer na Upa Venda Nova, mas tem outros que só há chance de sair do ônibus na Minas Caixa, que está mais de um quilômetro à frente”, afirma a estudante Camilla Silvino, 24.

Semana passada, a reportagem confirmou o fechamento das estações Candelária, no sentido bairro/Centro, e Quadras Vilarinho no sentido Centro/bairro, por causa das obras. Também estava fechada a Estação Upa Venda Nova, aparentemente por problemas técnicos sem relação com o recapeamento. Além dos problemas para o Move, a obra também tem causado tumulto no trânsito. Durante os trabalhos, ônibus e carros dividem apenas duas faixas, e, em alguns locais, até menos que isso. “O que não dá para entender é como esse asfalto não foi feito reforçado desde o início. De tarde o trânsito fica impraticável”, afirma o motorista Evandro Pereira, de 45.

Em nota, a Sudecap informou que está refazendo o pavimento de 2.100 metros da Vilarinho, nos dois sentidos, ao custo de R$ 4 milhões, e que vai gastar 120 dias para completar todo o serviço. Por meio de sua assessoria de imprensa, a BHTrans informou que os passageiros não podem descer fora das estações porque estariam expostos a riscos. Excepcionalmente ontem, a empresa afirmou que apenas a Estação Candelária estava fechada por conta das obras. O terminal Quadras do Vilarinho precisou ser fechado por conta de uma manutenção em bueiro e a Estação Upa Venda Nova apresentou defeito nas portas e será reaberta normalmente hoje.

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