Guilherme Paranaiba
Pouco mais de oito meses depois da inauguração do transporte rápido por ônibus (BRT, da sigla em inglês) nas estações Vilarinho e Venda Nova, em Belo Horizonte, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) está refazendo todo o pavimento da Avenida Vilarinho, único corredor de acesso dos coletivos à Estação Venda Nova. O asfalto não suportou o peso dos veículos de transporte de passageiros e praticamente desmanchou em vários pontos, conforme o EM mostrou em dezembro. O problema é que a obra está prevista para durar quatro meses e, enquanto isso, os passageiros do Move ficam sujeitos aos transtornos causados pelo fechamento das estações de embarque e desembarque.
“A situação aqui está péssima, não tem condições. Desço na Estação Quadras do Vilarinho e semana passada o ônibus só parou na Estação Minas Caixa, bem mais na frente. Ninguém informa nada e a gente fica perdido”, diz a jovem aprendiz Larissa Paiva, de 19 anos. A líder comercial Josiane da Silva Ferry, de 30, conta que para chegar a Venda Nova desce na Estação Vilarinho e não enfrenta problemas, mas está sujeita aos problemas quando vai ao Centro. “Fica muito complicado, a BHTrans tinha que permitir a parada dos ônibus, por exemplo, no Shopping Norte”, afirma. “Estamos sujeitos ao ritmo da obra sem ter nenhuma informação do que vai acontecer.
Semana passada, a reportagem confirmou o fechamento das estações Candelária, no sentido bairro/Centro, e Quadras Vilarinho no sentido Centro/bairro, por causa das obras. Também estava fechada a Estação Upa Venda Nova, aparentemente por problemas técnicos sem relação com o recapeamento. Além dos problemas para o Move, a obra também tem causado tumulto no trânsito. Durante os trabalhos, ônibus e carros dividem apenas duas faixas, e, em alguns locais, até menos que isso. “O que não dá para entender é como esse asfalto não foi feito reforçado desde o início. De tarde o trânsito fica impraticável”, afirma o motorista Evandro Pereira, de 45.
Em nota, a Sudecap informou que está refazendo o pavimento de 2.100 metros da Vilarinho, nos dois sentidos, ao custo de R$ 4 milhões, e que vai gastar 120 dias para completar todo o serviço. Por meio de sua assessoria de imprensa, a BHTrans informou que os passageiros não podem descer fora das estações porque estariam expostos a riscos. Excepcionalmente ontem, a empresa afirmou que apenas a Estação Candelária estava fechada por conta das obras. O terminal Quadras do Vilarinho precisou ser fechado por conta de uma manutenção em bueiro e a Estação Upa Venda Nova apresentou defeito nas portas e será reaberta normalmente hoje..