Jornal Estado de Minas

Prefeitura vai apresentar novo plano de manejo de capivaras da Lagoa da Pampulha

A estratégia será apresentada em 14 de abril quando será feita uma audiência de conciliação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama)

João Henrique do Vale
As capivaras que vivem no entorno da Lagoa da Pampulha e que ainda não foram capturadas serão remanejadas por funcionários da Prefeitura de Belo Horizonte.
Um novo plano de manejo será apresentado pela administração municipal em 14 de abril, quando será feita uma audiência de conciliação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) para definir a situação dos roedores que estão presos no Parque Ecológico. A informação foi confirmada nesta terça-feira pelo vice-prefeito e Secretário Municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros.

O novo plano de captura dos animais foi anunciado um dia depois que a Justiça Federal suspendeu a ação do Ibama que pedia a soltura dos animais. Segundo o vice-prefeito, a estratégia para prender as capivaras já estava pronta antes da decisão. “Vamos fazer a nossa parte. A captura dos remanescentes será feita pelos próprios funcionários da PBH. Será da forma passiva, quando se coloca a seva e atrai os roedores até as armadilhas”, comentou Malheiros.


Depois de serem capturadas, as capivaras passarão por exames para detectar se estão ou não com febre maculosa. Se o resultado der positivo, a prefeitura espera uma medida do Ibama, assim como a definição para um novo habitat. “O Ibama que tem que decidir essa situação. O local também é com eles. Não vamos soltar animais doente”, diz o vice-prefeito.

Ao todo, segundo a prefeitura, 46 roedores foram capturados e levados para o Parque Ecológico da Pampulha. Os animais passaram por exames, e 80% apresentaram contaminação pela bactéria causadora da febre maculosa. Atualmente, 27 animais seguem recolhidos e outros 30, conforme estimativa da administração municipal, seguem soltas ao longo da lagoa.

Foi por causa das mortes das capivaras que estavam presas que o Movimento Mineiro pelo Direito dos Animais fez denúncia ao Ibama e a Polícia Civil. Diante disso, o órgão entrou na Justiça pedindo a soltura. A Prefeitura rebate as acusações e diz que não há maus-tratos contra os animais. “As capivaras são bem tratadas, tem alimentação e a saúde é cuidada. A vida média das capivaras são de seis anos e muitas estavam velhas.
Além disso, os machos brigam muito e matam um ao outro. Para se ter ideia, duas capitavas foram encontradas mortas nos últimos dias no entorno da lagoa. Não há nenhum laudo que comprova o maus-tratos”, comenta Malheiros.

Decisão na Justiça

O pedido do Ibama para a soltura dos animais foi feito através do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Na ação, o órgão argumenta que o prazo para o confinamento das espécies no local expirou. Além disso, a taxa de mortandade e desaparecimento de animais mantidos nas dependências do parque da Pampulha beira os 50%. Também abriu investigação para apurar maus-tratos contra os animais.

A Prefeitura recorreu da ação que foi julgada nesta segunda-feira pelo juiz Itelmar Raydan, do Tribunal Regional Federal (TRF). O magistrado acatou os argumentos da PBH de que a soltura poderia causar riscos à saúde dos moradores. .