A crise hídrica vivida por Pará de Minas, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, há pelo menos dois anos pode estar com os dias contados. Dentro de 15 dias, uma nova empresa vai assumir os serviços de saneamento e abastecimento de água da cidade. A empresa Águas Pará de Minas pretende fazer a captação no Rio Paraopeba, localizado a 25 quilômetros de distância. A previsão é que o serviço já esteja à disposição da população em até um ano. Outros municípios por onde vai passar a adutora também serão beneficiados.
A cidade passou por um período de crise no abastecimento. Moradores tiveram que enfrentar dias sem água e correr para encher baldes em caminhões-pipa. Até dezembro, o sofrimento continuava para as famílias. As chuvas no início do ano foram suficientes para aumentar o nível dos ribeirões Paciência e das Paivas, que, hoje, são usados para a captação de água.
Mesmo com o alívio, a situação ainda não é das melhores.
Ao se instalar na cidade, o nome da empresa, que já atua em São Paulo, Rio de Janeiro e no Amazonas, vai passar para Brasil Pará de Minas. O contrato foi assinado em 11 de março e tem validade de 35 anos, com a previsão de investimentos de R$ 230 milhões. “Vamos fazer um investimento inicial na cidade da ordem de R$ 200 milhões. Esse serviço é para colocar água na cidade, que em 2013 e 2014, passou pela falta de abastecimento. Então temos que fazer um serviço rápido para trazer água do Rio Paraopeba”, comenta o diretor do grupo, João Luiz Queiroz.
As obras para a captação da água no Rio Paraopeba vão começar logo que a ordem de serviço for assinada pela prefeitura, garante Queiroz. Ao todo, serão 28 quilômetros de adutora que vão passar por estradas municipais.
Os valores repassados para os moradores será de 3% a menos que o cobrado pela Copasa, empresa que era responsável pelo abastecimento anteriormente. Outras medidas serão tomadas para evitar que a estiagem deixe a cidade em situação de calamidade. A empresa vencedora da licitação terá que construir reservatórios com capacidade de armazenar até 5 milhões de litros de água.
Briga judicial
Mesmo com a confiança da empresa e do prefeito da cidade, o processo pode ter uma nova briga judicial. A Copasa alega que o município licitou a contratação de serviços de saneamento e abastecimento e homologou o resultado, desconsiderando os ativos investimentos da empresa nos anos que ficou responsável pelo abastecimento.