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Estado de Minas

Em audiência pública, moradores mostram insatisfação com construção de trincheira na Pedro I

A trincheira é a alternativa para substituir o Viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou em julho de 2014, matando duas pessoas e ferindo outras 23


postado em 18/03/2015 19:01 / atualizado em 18/03/2015 19:29

A trincheira será construída para fazer a ligação entre os bairros Planalto e São João Batista(foto: Marcos Michellin/EM/D.A.Press)
A trincheira será construída para fazer a ligação entre os bairros Planalto e São João Batista (foto: Marcos Michellin/EM/D.A.Press)

Moradores da Avenida Pedro I vizinhos ao Viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou em julho do ano passado em Venda Nova, participaram de uma audiência pública nesta quarta-feira na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte. As famílias se mostraram contra a construção da trincheira que deve ser construída para substituir o elevado. Também cobraram da Prefeitura o conserto de portas, muros e janelas danificados durante a implosão da estrutura em novembro de 2014 e que até hoje não foram substituídas.

Famílias que sofrem o impacto do desabamento até hoje compareceram ao encontro. A reunião teve início às 13h e contou com a presença da projetista do viaduto, a empresa Consol, representantes da Prefeitura de Belo Horizonte, e vereadores. A empresa Cowan, que construiu o elevado, não compareceu a audiência.

A discussão foi considerada positiva pelos moradores. O principal ponto questionado por eles é a construção da trincheira. “Mostramos que somos contra a construção da trincheira. O gargalo se faz lá embaixo na Barragem da Pampulha, e, consequentemente, o efeito cascata faz o trânsito chegar até lá. No restante do dia, flui bem. Ficou acertado que antes da construção da estrutura as autoridades terão uma reunião com a comunidade”, comentou a advogada Ana Cristina Drummond, que representa os moradores e lojistas da região.

Os moradores também fizeram uma sugestão para a prefeitura em relação aos R$ 10 milhões que terão que ser devolvidos pela Cowan e Consol, por determinação do Minsitério Público de Minas Gerais (MPMG). “Esse dinheiro pode ser aplicada de uma forma que beneficiaria os moradores. A solução seria um posto de saúde na região. Outra sugestão seria a compra da Mata do Planalto”, explica a advogada.

Outro questionamento foi sobre os danos das residências causados com a implosão do viaduto. Os moradores alegam que várias janelas, portas e até um muro, foram danificados. Segundo a advogada, a prefeitura se comprometeu a avaliar a situação das famílias.

O momento mais marcante da audiência foi quando a mãe da motorista Hanna Cristina dos Santos, de 24 anos, que morreu no desabamento, deu declarações. “Ela disse que está com dificuldade financeira para manter o tratamento da filha da Hanna. A Consol fazia o pagamento e parou. Agora, ela espera por medidas judiciais”, disse Ana Cristina.

No fim da reunião, os vereadores que compõem a Comissão Especial de Estudo, criada para apurar a queda do viaduto, não descartaram implantar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para obrigar a Cowan a participar dos encontros. Uma nova audiência deve ser marcada na próxima semana para discutir o assunto.

Moradores mostraram a insatisfação com a construção da trincheira durante a audiência(foto: Mila Milowski/CMBH)
Moradores mostraram a insatisfação com a construção da trincheira durante a audiência (foto: Mila Milowski/CMBH)


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