Jornal Estado de Minas

Move Metropolitano vai passar por estudo e tarifa pode ser reajustada

O secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (Setop), Murilo Valadares, afirmou que os estudos devem ser feitos até o final deste ano

João Henrique do Vale
Uma das principais reclamações são de moradores de Lagoa Santa que têm que fazer baldeação no Terminal Morro Alto, em Vespasiano, para depois seguir para a capital mineira - Foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press

Prestes a completar um ano de implantação, o Move Metropolitano já deve passar por uma reestruturação. O sistema é alvo de reclamações de usuários desde o início de operação. Os principais pontos negativos são a baldeação, o aumento da passagem, e os terminais com problemas estruturais. O secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (Setop), Murilo Valadares, afirmou, nesta quinta-feira, que um estudo será feito com objetivo de fazer melhorias no transporte público. Além disso, o preço das tarifas serão revistas.

A expectativa é que as mudanças aconteçam no início de 2016. “É só termos o orçamento na Assembleia que vamos autorizar fazer o estudo de toda região metropolitana. Se fizermos até o final do ano, (o estudo) queremos ouvir do povo para saber se está bom.
Ai sim, podemos começar no ano que vem. Sinto muito, mas vai demorar um pouquinho a gente articular tudo”, disse o secretário.

Outro ponto que desagrada os usuários é o valor da passagem. O secretário também informou que um estudo será feito para rever a situação. “Outra coisa que é importante é reestruturar a tarifa. Precisamos reestudar. Vamos até o final do ano ter o estudo da tarifa”, comentou.

Todos os problemas do Move Metropolitano foram discutidos na manhã desta quinta-feira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) durante audiência pública. A reclamação maior foi em relação ao sistema que atende a Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A reclamação dos usuários acabou acarretando em uma ação judicial.

O novo sistema entrou em operação em 30 de dezembro e, quase que de imediato, gerou uma série de descontentamentos. Os principais questionamentos são a ida para a Estação Morro Alto, em Vespasiano, para fazer baldeação para outro veículo até seguir para a capital mineira, além do aumento do tempo da viagem.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entrou com a ação pedindo a suspensão da integração de Lagoa Santa ao sistema do Move Metropolitano.
O juiz Carlos Alexandre Romano Carvalho, concedeu a liminar ao MP. Porém, o Estado recorreu ao TJMG que revogou a liminar. O desembargador Renato Dresch, relator do recurso, comentou que a suspensão do BRT Metropolitano causaria prejuízos irreparáveis para o governo. “Embora o Ministério Público tenha, em alguns aspectos, fundadas razões para criar dúvida acerca do bem-estar e dignidade da pessoa humana, meros indícios são insuficientes para desconstituir o ato administrativo, porque o Poder Judiciário não se deve servir de substituto da atividade administrativa discricionária”.

O secretário Murilo Valadares informou, nesta manhã, que dentro de 30 dias, os veículos que saem de Lagoa Santa não passarão mais pelo Terminal Morro Alto. Eles vão diretamente para a Estação Vilarinho, em Venda Nova. .