Prestes a completar um ano de implantação, o Move Metropolitano já deve passar por uma reestruturação. O sistema é alvo de reclamações de usuários desde o início de operação. Os principais pontos negativos são a baldeação, o aumento da passagem, e os terminais com problemas estruturais. O secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (Setop), Murilo Valadares, afirmou, nesta quinta-feira, que um estudo será feito com objetivo de fazer melhorias no transporte público. Além disso, o preço das tarifas serão revistas.
A expectativa é que as mudanças aconteçam no início de 2016. “É só termos o orçamento na Assembleia que vamos autorizar fazer o estudo de toda região metropolitana. Se fizermos até o final do ano, (o estudo) queremos ouvir do povo para saber se está bom. Ai sim, podemos começar no ano que vem. Sinto muito, mas vai demorar um pouquinho a gente articular tudo”, disse o secretário.
Outro ponto que desagrada os usuários é o valor da passagem. O secretário também informou que um estudo será feito para rever a situação. “Outra coisa que é importante é reestruturar a tarifa. Precisamos reestudar. Vamos até o final do ano ter o estudo da tarifa”, comentou.
Todos os problemas do Move Metropolitano foram discutidos na manhã desta quinta-feira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) durante audiência pública. A reclamação maior foi em relação ao sistema que atende a Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A reclamação dos usuários acabou acarretando em uma ação judicial.
O novo sistema entrou em operação em 30 de dezembro e, quase que de imediato, gerou uma série de descontentamentos. Os principais questionamentos são a ida para a Estação Morro Alto, em Vespasiano, para fazer baldeação para outro veículo até seguir para a capital mineira, além do aumento do tempo da viagem.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entrou com a ação pedindo a suspensão da integração de Lagoa Santa ao sistema do Move Metropolitano. O juiz Carlos Alexandre Romano Carvalho, concedeu a liminar ao MP. Porém, o Estado recorreu ao TJMG que revogou a liminar. O desembargador Renato Dresch, relator do recurso, comentou que a suspensão do BRT Metropolitano causaria prejuízos irreparáveis para o governo. “Embora o Ministério Público tenha, em alguns aspectos, fundadas razões para criar dúvida acerca do bem-estar e dignidade da pessoa humana, meros indícios são insuficientes para desconstituir o ato administrativo, porque o Poder Judiciário não se deve servir de substituto da atividade administrativa discricionária”.
O secretário Murilo Valadares informou, nesta manhã, que dentro de 30 dias, os veículos que saem de Lagoa Santa não passarão mais pelo Terminal Morro Alto. Eles vão diretamente para a Estação Vilarinho, em Venda Nova.