Dezenas de moradores do Bairro Planalto, na Região Norte de Belo Horizonte, fizeram uma passeata, no fim da tarde desta quinta-feira, contra a construção de um condomínio de prédios que será implantado na área da mata com mesmo nome do bairro. O destino final da caminhada foi a Faculdade Jesuíta de Filosofia (FAJE), onde acontece uma audiência pública sobre o assunto com deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Os manifestantes se encontraram em uma das entradas da Mata do Planalto com faixas e cartazes com mensagens contra a implantação do conjunto de prédios. A maioria dos presentes estão com camisas verdes. O grupo caminhou por ruas do bairro acompanhados por um caminhão de som. O trânsito chegou a ficar lento nos locais onde passaram.
A revolta é pela aprovação de Licença Prévia (LP) para a construção do empreendimento. Há cinco anos, os moradores vêm lutando para a preservação da área, que abriga remanescente de Mata Atlântica e 20 nascentes de água.
A presidente da Associação Nacional de Defesa de Meio Ambiente Sustentável, Eugênia Soares, explica que, além das nascentes que abriga, a mata acolhe 68 espécies de pássaros e diversos outros animais, em uma área total de 119 mil metros quadrados. Além disso ela é a única área verde da região Norte e o último remanescente de mata atlântica da cidade. A presidente explica que o empreendimento que será construído na mata prevê 760 apartamentos em quatro blocos de 16 andares, além de 1024 vagas de garagem.
Os manifestantes foram para Faculdade Jesuíta de Filosofia (FAJE) onde acontece uma audiência pública desde 19h. Participam do encontro os deputados Fred Costa (Pen), Wande Borges (PSB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Geisa Teixeira (PT) e Rosângela Reis (PROS). A empresa responsável pelo empreendimento também enviou representantes.