O motorista do ônibus que atropelou e matou um jovem de 18 anos na Avenida Cristiano Machado, no início da tarde desta sexta-feira, vai responder por homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco de matar. Cláudio Roberto de Almeida Pereira, de 35 anos, fugiu do local do acidente e acabou preso na sede da empresa onde trabalha. Ele prestou depoimento no Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG) e em seguida será levado para o Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) Gameleira.
Um grupo de vendedores de balas estavam parados em um ponto de ônibus na Avenida Cristiano Machado, no Bairro União, Região Nordeste de Belo Horizonte. Eles alegam que o motorista se negou a abrir a porta do veículo, e arrancou para cima de três jovens. “Por causa de R$ 3,10 passou por cima do menino. Sorte que os dois outros ambulantes conseguiram escapar”, afirmou uma testemunha que não quis se identificar.
Maycon foi arrastado pela avenida. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e os médicos constataram o óbito. Cláudio Roberto fugiu no ônibus e foi até a sede da empresa onde trabalha, no Bairro Floramar. Lá, acabou preso pela Polícia Militar (PM). “Ele disse que houve uma desavença mais cedo e que dela gerou isso”, explica o sargento Corine Júnior. Depois do acidente, o ônibus foi atingido por pedras.
Em depoimento aos policiais militares, o condutor contou uma versão diferente das testemunhas. Segundo ele, ao passar pela Praça São Vicente, no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte, foi abordado no semáforo por um vendedor de balas que pediu para entrar no veículo. Conforme o boletim de ocorrência, Cláudio afirmou que negou o pedido, mas acabou surpreendido pelo jovem, que adentrou no coletivo e se sentou no banco dianteiro.
Quando o ônibus, da linha 8151 (Estação São Gabriel / BH Shopping) passou pela Estação São Gabriel, o motorista alega que Wagner tentou desembarcar sem pagar a passagem. Cláudio disse aos militares que se negou a abrir a porta e continuou o trajeto, pois ficou com medo de sofrer medidas administrativas. Neste momento, segundo ele, o jovem se levantou e desligou o ônibus ainda em movimento. Os dois entraram em luta corporal, e Wagner foi colocado para fora do coletivo, que seguiu o itinerário.
Conforme o depoimento do motorista a PM, ao passar próximo ao Minas Shopping, o veículo foi cercado por homens que tinham pedras e pedaços de madeiras nas mãos. Segundo Cláudio, alguns dos pedestres cercaram o ônibus e até tentaram forçar a porta. Pedras também foram arremessadas contra as janelas, alegou. Por causa disso, afirmou que acelerou o veículo e foi em direção a garagem da empresa.
Ao ser preso, foi submetido ao teste do etilômetro, que deu negativo, e foi levado para o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG). O caso foi passado para o delegado Diego Fabiano Alves. Ao ouvir as testemunhas e o motorista, ele considerou que Cláudio assumiu o risco de matar ao arrancar com o ônibus. Por causa disso, o condutor foi indiciado por homicídio com dolo eventual. (Com informações da TV Alterosa)