Jornal Estado de Minas

Fiemg desiste de escola e Mercado do Santa Tereza pode virar Casa da África no Brasil

A entidade desistiu de fazer uma escola profissionalizante no bairro por causa da rejeição de parte da população. Espaço foi sugerido por Marcio Lacerda ao embaixador de Senegal

João Henrique do Vale
Mercado está desativado desde de 2007 e, desde então, vive uma novela para o seu destino - Foto: Angelo Pettinati/Esp. EM/D.A Press - 27/09/2013

A novela para o destino do Mercado Distrital de Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, ganhou um novo capítulo. A Federação Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), que construiria uma escola profissionalizante no local, desistiu do empreendimento. O prefeito Marcio Lacerda (PSB) informou, durante entrevista neste sábado na inauguração do Parque Jardim Vitória, que ofereceu o espaço ao embaixador de Senegal para a criação da sede da Casa da África no Brasil. Porém, ainda não tem resposta do país africano.

Desativado em 2007, o Mercado do Santa Tereza enfrentou uma queda de braço entre os moradores do bairro e a Prefeitura de Belo Horizonte. Em agosto de 2013, o Conselho Municipal de Política Urbana (Compur) aprovou um parecer flexibilizando lei que transformou o bairro em Área de Diretrizes Especiais (ADE). A alteração foi necessária para que o mercado se transformar em escola profissionalizante.

Durante o processo, os moradores se manifestaram contra o empreendimento e fizeram um abaixo-assinado, que foi entregue à Fiemg.
Desde o início, a Federação se manteve no compromisso de só investir na construção da nova unidade se tivesse o aval das famílias do bairro. Esse foi o motivo da desistência. Segundo a entidade, uma pesquisa feita na região constatou que 75% das pessoas estavam a favor da construção do empreendimento. Outras 25%, não queriam.

Com a desistência da Fiemg, o espaço foi oferecido para os países africanos. “Houve o interesse dos países da áfrica negra de fazer, em BH, a Casa da África no Brasil, uma instituição para celebrar a cultura, a arte, e a herança africana. Acabei de assinar, nesta semana, uma carta para o embaixador de Senegal”, afirmou Marcio Lacerda. O prefeito ainda não teve resposta sobre a sugestão. “Eles têm um fórum dos países da Africa negra, então, estamos oferecendo se eles quiserem conduzir em parceria conosco e com o governo federal. Não sei se eles vão aceitar, foi apenas uma oferta que fizemos que eu acho que seria uma destinação muito adequada para o mercado e para a região”, finalizou. .