O policiamento está reforçado na manhã desta terça-feira no Aglomerado Morro das Pedras, principalmente na Vila Leonina, na Região Oeste de Belo Horizonte. Policiais dos 22º e 5º batalhões contam com apoio do Batalhão de Choque e do Rotam na busca por homens que atacaram três ônibus da noite de segunda-feira, mas ninguém foi preso ainda. A PM acredita que os vândalos são moradores do aglomerado e cometeram os crimes revoltados com morte de um adolescente de 16 anos durante uma perseguição policial, no domingo. O jovem dirigia um Monza em alta velocidade para escapar de militares e bateu em um poste na Avenida Barão Homem de Melo.
O condutor de um dos ônibus, da linha 4110 (Dom Cabral/Belvedere), contou que trafegava pela Avenida Raja Gabaglia, sentido bairro, com cerca de 30 passageiros. “O trânsito estava lento quando, próximo ao ponto do número 2.200, um homem com um galão fez sinal para parar. De repente surgiram várias pessoas com pedras e paus, algumas com capuz. Com ajuda de outros motoristas que passaram no local conseguimos impedir que o incêndio se alastrasse”, contou.
Outro coletivo depredado foi da linha 205 (Metrô, Calafate e Buritis). Além do motorista e cobradora, 15 passageiros estavam no veículo. Na Avenida Barão Homem de Melo, a alguns quarteirões da UPA Oeste, um grupo de cinco pessoas atacou o ônibus, que também teve o interior danificado.
O terceiro ônibus é da linha 9202 (Pompeia/Jardim América). O condutor disse aos policiais que cerca de 20 pessoas, com armas de fogo, o obrigaram a descer, assim como o cobrador e três passageiros, na Vila Leonina. Em seguida, jogarem coquetéis molotov, que não explodiram, minimizando os danos. Ninguém ficou ferido ou foi preso durante os ataques, apesar do reforço do policiamento no Morro das Pedras, para tentar identificar os responsáveis.
Prejuízo
Segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), a cada três meses dois ônibus incendiados são retirados de circulação na capital. O balanço foi apresentado no início de fevereiro, depois que dois coletivos foram queimados em protestos na Região Norte da capital.
De acordo com o Setra-BH, desde novembro de 2012, 19 coletivos foram queimados na capital. O sindicato frisa que todo ônibus incendiado deve ser substituído e que a troca demanda tempo, para que se faça a cotação de preços no mercado e a aquisição de veículo novo. Além disso, deve ser considerado o período necessário para a entrega pelo fabricante, além da vistoria e emplacamento pelo Detran. Todo o processo demora cerca de 150 dias, segundo o sindicato, o que prejudica os usuários das linhas afetadas.