Moradores do Bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, e de outras áreas da cidade ainda terão que esperar para ver o novo Cine Santa Tereza.
As obras de restauração do prédio, que é da década de 1940, teve fim em agosto de 2014, onze anos depois de ser incluída no Orçamento Participativo. Porém, a licitação para compra de equipamentos ainda não foi lançada. “Estamos fazendo todos os levantamentos para fazer a licitação. Já estamos em um período um pouco mais avançado.
Mesmo com o fim da restauração, alguns ajustes ainda estão sendo feitos, principalmente, no cinema. “Tem alguns detalhes a serem feitos. Lá foi planejado, inicialmente, como Centro Cultural. Por isso, estão sendo feitas adaptações para ser cinema, questão que teve muito debate”, afirma o coordenador. Os acertos são realizados na acústica, iluminação, e infraestrutura. “Tem que levar em consideração que está tudo ligado. Por isso, quando tem que mexer em um, precisa-se mexer no outro, consideravelmente”, explica.
A previsão para a reabertura do imóvel é agosto deste ano. “É uma aproximação, existe sim a possibilidade de se abrir neste período, mas claro que diversas pequenas questões podem adiantar ou atrasar um pouco. Posso garantir que neste ano, com certeza, vai reabrir”, afirma o diretor do museu da imagem e do som.
A restauração do prédio começou no início de 2013 e sofreu dois atrasos no cronograma de entrega. Custou R$ 1,7 milhão e foi patrocinada pela mineradora Vale, em contrapartida às obras de modernização da linha férrea entre os bairros Horto, na Região Leste da capital, e General Carneiro, em Sabará, região metropolitana. A prefeitura deve investir mais R$ 1,5 milhão em infraestrutura e equipamentos.
As características arquitetônicas do espaço interno foram preservadas, mas houve pequenas alterações. A sala de cinema, por exemplo, foi construída na parte de cima, onde ficavam os antigos camarotes. A laje foi expandida, criando um segundo piso. O espaço multiuso, onde era a antiga sala de exibição, no andar térreo, ganhou piso reto e recebeu janelas feitas com tijolos de vidro vazados para ventilação e iluminação. O ambiente interno, que era todo pintado de preto, recebeu branco no teto e marfim nas paredes. O hall de entrada e o café ganharam uma cor mais alegre, de cerâmica.
Rampas e banheiros adaptados para cadeirantes foram construídos, assim como uma plataforma para acesso dos mesmos ao segundo andar. A fachada do prédio é tombada pelo Conselho Municipal do Patrimônio e as características do arquiteto italiano Rafaello Berti, em estilo art-déco, foram preservadas..