A corregedoria da Polícia Militar deve instaurar, nos próximos dias, um processo administrativo para apurar denúncias de assédio moral e sexual praticados por um tenente da corporação contra duas policiais do 46º Batalhão, em Patrocínio, Região do Alto Paranaíba. O suspeito foi transferido para outra unidade depois que os casos vieram à tona, em 2012. O caso foi discutido nesta quarta-feira em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
As duas policiais eram subordinadas ao tenente. Durante o encontro desta tarde, uma das vítimas informou que começou a ser perseguida quando recusou os assédios do militar. Por causa das atitudes da militar, segundo o depoimento, ele começou a rebaixar as notas de avaliação de desempenho dela.
Os assédios não aconteciam somente dentro do quartel. A outra militar que se diz vítima do tenente, alega que ele fazia contato por meio das redes sociais. Em depoimento, contou que em uma das ocasiões, o policial chegou a conversar com o ex-marido dele, achando que seria ela. Isso teria causado problemas no relacionamento.
O tenente acusado pelos assédios foi convidado para audiência, porém, não compareceu. Ele alegou que estava licenciado com problemas psicológicos. O comandante da PM da região comunicou que os fatos foram apurados em sindicância administrativa e que o policial, como forma de punição, foi removido da unidade. A corregedoria da PM foi representada pelo tenente-coronel José Roberto Pereira. No encontro, ele afirmou que vai se reunir com o corregedor para verificar se outras medidas administrativas podem ser adotadas contra o tenente.
O vice-presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Ailton Cirilo da Silva, considerou que a sanção ao tenente foi justa, razoável e proporcional.