A Polícia Civil investiga a participação de servidores do estado de Minas Gerais em golpes praticados por um idoso de 73 anos. José Manoel dos Santos foi preso com identidade, Carteira Nacional Habilitação (CNH) e comprovantes de endereços falsos, na última terça-feira, em frente a uma agência bancária na Avenida Pedro II. Com o material ilegal, o homem abria contas bancárias em nome de terceiros, a maioria servidores do estado, e pedia empréstimos. Pelo menos sete pessoas foram vítimas do estelionatário, que seria apresentado na manhã desta sexta-feira, mas foi solto por determinação da Justiça.
O idoso já estava sendo monitorado nas agências bancárias pelo grande número de contas que abria em nome de terceiros. Segundo as investigações, José recebia de outros membros da quadrilha, cópias de rendimentos das vítimas e matrizes de identidade e CNHs. De posse do nome dos alvos, conseguia fazer a falsificação do documento.
Com o material em mãos, o suspeito se dirigia até as agências e abria as contas. Normalmente, os alvos eram servidores como funcionários da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) e até da Polícia Civil. Já com o vínculo com o banco, o homem dolicitava empréstimos. “Pelo menos sete vítimas já foram identificadas, mas acreditamos que tenha muito mais. Como pedia o empréstimo consignado com desconto na folha de pagamento, muitas pessoas podem nem ter persebido o golpe”, afirma o delegado Murilo Ribeiro, da Delegacia Regional Noroeste, responsável pelas investigações.
Na última terça-feira, José foi preso. Funcionários de um banco localizado na Avenida Pedro II acionaram a polícia depois de desconfiarem do homem. O idoso acabou detido na porta da agência com documentos falsos e quatro folhas de cheques, três preenchidas em R$ 60 mil e outra em branco.
José Santos foi levado para a delegacia e, depois, transferido para uma carceragem do estado. Porém, não ficou muito tempo atrás das grades. Nessa quinta-feira, a Justiça concedeu ao homem liberdade temporária sem o pagamento de fiança.
Para o delegado, outras pessoas estão envolvidas no crime. “Pelo menos mais dois servidores estão integrados na organização criminosa. O que fornecia os rendimentos das vítimas e outro que entregava as matrizes de documentos para serem falsificados. As investigações vão continuar para tentar identificá-los”, comenta Ribeiro.
O idoso deve responder por estelionato, formação de quadrilha, fraude e falsificação de documentos.