Moradores do Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, se reuniram neste sábado na Praça do Papa para protestar contra instalação de um hospital ao pé da Serra do Curral. Com o ato, eles quiseram chamar a atenção para a causa às vésperas do julgamento de ação civil pública para barrar o empreendimento. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais divulgará o parecer no próximo dia 9 de abril.
O arquiteto Alberto Dávila, presidente da Associação dos Moradores do Bairro Mangabeiras, disse que a briga para manter a área intocável é da cidade, e não apenas de quem mora próximo à Serra do Curral, segundo ponto turístico mais visitado da capital. “Acabar com mais uma área verde faz diferença, não apenas para 500 casas, mas para 4 milhões de pessoas.” Dávila lembra que o ponto onde está localizado o antigo Instituto Hilton Rocha é uma área de preservação permanente (APP).
O engenheiro Marcelo Marinho Franco, do movimento dos moradores da Zona Sul de BH, defende que a Serra do Curral pode resolver a crise hídrica na cidade. “Além de monumento paisagístico, é um patrimônio ambiental. E nessa crise de falta de água é uma solução para o abastecimento em Belo Horizonte”, destaca. Estudos indicam que os lençóis freáticos podem abastecer até 40% da população. Franco esclarece que não é contra o hospital, mas que seja instalado em outro ponto da cidade.