Durante inauguração de uma Unidade de Educação Infantil (Umei) no Barreiro, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, disse que até 2016 a fila de espera na rede, que hoje soma 20 mil crianças de até 6 anos, será atendida. A cidade tem 26 unidades em construção e outras 21 terão as obras iniciadas em 2016, segundo a prefeitura, atingindo um total de 150. Hoje, 53,2 mil crianças estão matriculadas, mas com a forte demanda reprimida, até o fim do ano que vem o cronograma prevê a abertura de 30,8 mil vagas, ampliando a capacidade de atendimento para 83 mil crianças.
Com pressão para expandir a capacidade da rede em mais de 35% até o ano que vem, o prefeito criticou as decisões judiciais que obrigam o município a providenciar vagas. “Existe uma regra transparente para priorizar as matrículas, mas a Justiça quer impingir um atendimento que a prefeitura não tem condição de dar”, disse. Segundo o prefeito, o custo anual para manutenção das unidades é de R$ 5 mil por aluno, ou R$ 2,2 milhões por escola. Lacerda disse ainda que, a despeito da ampliação da capacidade, a demanda deve continuar avançando, já que é crescente o número de pais de classe média que querem migrar da escola privada para o ensino infantil público.
Com estrutura completa para o desenvolvimento infantil, as Umeis recebem elogios das famílias que conseguiram uma vaga. Esse é o caso da atendente de telemarketing Josiele Santana, de 25 anos. Mãe de Artur, de 4, ela esperou um ano para conseguir matricular o filho na escolinha e diz que valeu a pena. Josiele transferiu o menino da rede particular para a Umei Tirol, o que aliviou seu orçamento. “Gosto mais daqui. A alimentação é balanceada, com frutas, não preciso me preocupar com o lanche, como na escola particular. Aqui tem brinquedos à vontade, espaço para a criança correr e as professoras são muito atenciosas.”
Vanessa Gonçalves trabalha como autônoma, com venda de presentes personalizados. Este ano ela matriculou Júlia, de 4, na Umei Diamante, também no Barreiro, depois de estudar com atenção o projeto pedagógico da escola. Mesmo que a opção pela rede pública seja um alívio nas despesas em ano de crise, o que mais pesou em sua decisão foi a qualidade. “Com esforço, poderiamos ter feito a matrícula na rede particular, mas percebi que o projeto coincidia com o que eu pensava, um modo lúdico de ensinar. Estou encantada, porque vejo nos pequenos detalhes que a Julia está feliz”, elogia. Segundo ela, quando a menina completar 6 anos a realidade vai mudar. “Para essa faixa etária, faltam escolas de boa qualidade. Provavelmente minha filha, quando sair da Umei, vai para a escola privada.”