A constatação de um desnível de 2,5 centímetros no Viaduto Gil Nogueira fez voltar o clima de apreensão de quem circula pela Avenida Pedro I, entre a Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. O elevado fica na Avenida Portugal, ao lado da estação do Move Pampulha, e faz parte do conjunto de obras de mobilidade da região, que contava também com o Viaduto Batalha dos Guararapes. A estrutura desabou parcialmente em julho do ano passado.
Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas. Na época, a prefeitura fez avaliação em todas as obras de engenharia ao longo da via e não constatou problemas. O desnível no Gil Nogueira foi detectado na entrada do elevado,no sentido Bairro Itapoã/Céu Azul. Logo depois do semáforo, motoristas passam por um degrau, e o barulho do impacto chama a atenção, além da trepidação na estrutura.
A PBH alega que o problema identificado agora não gera risco de queda, mas o elevado será interditado entre a sexta-feira e domingo para manutenção. Em menos de um ano, é a terceira ocorrência no conjunto, já que o Viaduto Montese também apresentou falhas estruturais e demorou nove meses para ser liberado.
A prefeitura informou que técnicos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) terão que colocar aparelhos de apoio adicionais no viaduto. O ajuste será feito “de forma a garantir uma melhor distribuição dos esforços na estrutura”.
O empresário Maurício Lana, dono da Consol Engenheiros, empresa que projetou os viadutos, garante que não há risco de desabamento.
Lana ainda lembrou que a construção do Gil Nogueira, assim como o Montese e o Batalha dos Guararapes, não contou com a presença de consultor de apoio técnico, devido ao fim de contrato da Consol com a PBH. Na Construtora Cowan, executora da obra, ninguém foi encontrado ontem para falar sobre o problema.
MOVE O viaduto dá acesso aos passageiros à estação Pampulha do Move, que fica ao lado. Eles estão preocupados, mesmo com a informação da PBH de que não há risco de colapso da estrutura. “Tenho medo de passar, ainda mais que o Viaduto Montese teve o mesmo problema. Evitar não tem jeito, porque tenho que pegar o Move aqui”, diz o técnico em química Flávio Lustosa de Sousa, de 37 anos.
Moradores da região dizem que já haviam notado o problema. “A entrada dele está cedendo a cada dia. Tem um desnível que dá para sentir.