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Estado de Minas

Estudantes de outros cursos da UFMG querem medidas propostas para a Fafich

Ações anunciadas pela faculdade de Ciências Humanas em resposta ao tráfico e à violência no local também são pleiteadas para controlar problemas em diferentes pontos da UFMG


postado em 01/04/2015 06:00 / atualizado em 01/04/2015 06:45

Ontem à noite, alunos e professores se reuniram em auditório na Fafich para discutir medidas de combate às situações de insegurança no prédio denunciadas pelo Estado de Minas (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Ontem à noite, alunos e professores se reuniram em auditório na Fafich para discutir medidas de combate às situações de insegurança no prédio denunciadas pelo Estado de Minas (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

As medidas anunciadas na segunda-feira pela congregação da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em resposta ao tráfico de drogas e à violência que tomaram conta do local foi o assunto do dia em outras unidades do câmpus. Alunos de diversos cursos cobram o cumprimento das ações e esperam que elas sirvam de exemplo para controlar problemas vistos em outros pontos da instituição. Apesar de ressalvas, o clima era de aprovação. Ontem, integrantes do Diretório Acadêmico (DA) Idalísio Soares Aranha Filho, demais estudantes e professores passaram a tarde e parte da noite em reuniões. Em uma delas, foi promovida pelo Centro Acadêmico de Gestão Pública, na qual a maioria dos participantes considerou positivo o fechamento do DA.

Os problemas, denunciados pelo Estado de Minas na última sexta-feira, serão atacados com 10 medidas. A principal determinação é o fechamento da sala onde funciona o DA, local em que a reportagem revelou flagrantes de venda livre de drogas como maconha, cocaína e LSD. Também estão entre as decisões a proibição de festas na unidade, ampliação do efetivo de segurança e pintura das áreas externas e internas da Fafich.

Aluna do 3º período de matemática, que pediu anonimato, aprovou as medidas tomadas na Fafich, mas faz ressalvas em relação à segurança: “Se tirar vigilantes de outros locais para lá, deixa as demais unidades desguarnecidas. O que precisa é de verba para contratar mais”. Para a jovem, o problema é generalizado. “A droga está presente em todos os lugares da universidade”, afirma. O namorado a proibiu de andar sozinha pela faculdade de filosofia. “Meus colegas afirmam que por onde andam na Fafich não há nada escancarado, mas o que escutamos e vemos é outra coisa.”

Do 3º período de ciências da computação, outro estudante, que também pediu para não ser identificado, diz que as decisões da congregação referentes ao aumento da vigilância e da iluminação e à reforma da sala do diretório acadêmico da Fafich foram bem vistas por alunos e professores do curso de exatas. No entanto, ele não é a favor do fechamento do D.A e cobra que, depois da revitalização, os alunos tomem conta do espaço para evitar usos inapropriados. Segundo o universitário, colegas de outros cursos do período noturno que fazem matérias na Fafich relatam que só andam em grupos, por considerarem perigoso caminhar sozinho pela faculdade. Ele também ressalta que o problema vai além: “A venda de drogas ocorre em todos os lugares, embora de forma mais branda”.

SEGURANÇAS

Estudante da Faculdade de Direito, outro jovem está indignado com a situação. “Alunos que realmente estudam devem ter seu direito garantido. Foi para isso que passaram no vestibular. As medidas tomadas na Fafich, se resolverem a questão, são bem-vindas, porque do jeito que está não dá”, diz. Ele defende que as ações se estendam para outras unidades da UFMG, de acordo com a necessidade de cada uma. “A universidade tem um propósito: ser local de estudo e pesquisa, e não boca de fumo. A instituição como um todo tem feito vista grossa para o problema e os centros acadêmicos são coniventes com a situação.”

A assessoria de imprensa da universidade informou que não há previsão de contratação de seguranças nesse momento, por causa do contingenciamento orçamentário vivido pela instituição. Por enquanto, o que está sendo feito é um remanejamento de vigilantes em serviço, para fazer o monitoramento por andar, principalmente no período noturno. O diretor da Fafich, Fernando Filgueiras, foi procurado para informar sobre as datas que as medidas entrarão em vigor, mas não atendeu as ligações. O D.A também foi procurado e deve se pronunciar hoje sobre as deliberações das assembleias. Ontem à noite, o espaço do DA estava aberto e apenas três jovens estavam no local, usando o computador.


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