Imagens gravadas por câmeras do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (setraBH) demonstram que alguns usuários do transporte público na cidade ainda não aprenderam a zelar pelo bem público.
Em outro vídeo, também do SetraBH, datado do último dia 29 de março, outro homem aparece tentando arrancar uma das portas da estação do Minas Shopping, também na Região Nordeste da capital.
Não só essas imagens apontam para uma realidade preocupante. Relatório do SetraBH registra que, em 2014, 1932 ônibus foram depredados. Os danos vão desde uma janela quebrada à perda total por incêndio. Esses números significam que dois terços da frota de três mil ônibus que circulam na capital passaram pela oficina em 2014.
Em 2015, já são 115 depredados (em apenas seis das 40 empresas) e 06 incendiados. Esse números se referem somente a ônibus urbanos, que circulam apenas em Belo Horizonte. Não estão contabilizados os do sistema metropolitano.
Ônibus incendiados
Desde novembro de 2012, 23 ônibus do sistema de transporte coletivo urbano de Belo Horizonte foram incendiados (seis ônibus em 2015, oito em 2014, seis em 2013 e três em 2012). Somente em 2015, a cada 15 dias um ônibus foi incendiado. Os atos de vandalismo prejudicam principalmente os usuários do transporte coletivo com a redução forçada temporária de veículos em circulação.
O SetraBH destaca que todo ônibus incendiado deve ser substituído e que a substituição demanda tempo para que se faça a cotação de preços no mercado e a aquisição de veículo novo. Além disso, deve ser considerado o tempo necessário para a entrega do veículo pelo fabricante e a sua vistoria e emplacamento pelo Departamento de Trânsito.
O sindicato das empresas de ônibus diz ainda que um ônibus queimado significa um ônibus a menos na linha por tempo não inferior a 150 dias ou a sua substituição temporária por outro qualitativamente inferior ao incendiado em termos de conforto oferecido. Atos de vandalismo também afetam psicologicamente todos os motoristas e cobradores que operam o sistema, principalmente aqueles que trabalham no atendimento dos usuários da região onde ocorrem os incêndios, e prejudicam a capacidade de reinvestimento dos consórcios, onerando o sistema e prejudicando o equilíbrio econômico-financeiro das empresas, que não possuem seguro contra ações dessa natureza.
Segurança
Questionada sobre a segurança nas estações do Move, a BHtrans respondeu que as as plataformas de embarque e desembarque são monitoradas pela Guarda Municipal e pelo Centro de Operações da Prefeitura de Belo Horizonte
A BHTrans também informou que a vigilância armada noturna nas estações de transferência do Move foi anulada em função de dúvidas geradas em cláusulas do edital e em cumprimento de determinação judicial.
De acordo com a BHTrans, um novo texto de edital e termo de referência serão elaborados, com adaptações necessárias, e serão lançados, caso um convênio proposto pela Prefeitura de Belo Horizonte com o Governo do Estado para utilização de policiais militares reformados na vigilância das estações não se efetive.