O apelo pelo fim da violência marcou a Procissão do Encontro, principal manifestação da Semana Santa em Montes Claros, no Norte de Minas, realizada na manhã desta Sexta-Feira, com a participação de centenas de fiéis. Os homens saíram da Catedral de Nossa Senhora Aparecida, levando cruzes com a inscrição da palavra paz em destaque. Eles acompanharam a imagem de Nosso Senhor dos Passos. Mantendo a tradição, as mulheres saíram da Matriz de Nossa Senhora e São José, com a imagem de Nossa Senhora das Dores. O “encontro” aconteceu na Praça Flamaryon Wanderley, no bairro São José.
A caminhada dos homens teve um roteiro diferentes do itinerário dos anos anteriores. Eles saíram da Catedral e passaram pela Praça Pio XII e pelas ruas Coronel Joaquim Costa, Rui Barbosa (Centro da cidade), Ângelo de Quadros e João Caldeira Brant (Bairro São José), chegando na Praça Flamaryon Wanderley. As mulheres andaram por um percurso mais curto – o roteiro tradicional: Praça da Matriz, Avenida Oswaldo Cruz, Praça de Esportes (Centro) e Rua Euzébio Godinho (Bairro São José).
O momento mais emociante foi a aproximação das imagens, quando várias pessoas foram às lágrimas. O arcebispo metropolitano de Montes Claros, dom José Alberto Moura, fez o sermão e pediu aos fiéis para refletirem sobre “os vários encontros da nossa vida”.
Dom José Alberto criticou “o acúmulo de bens para uns enquanto outros não têm nada”. Também condenou as mazelas na política. “Temos o encontro de políticos, que, às vezes, vêm para mentir e para roubar”.
Após a homilia do arcebispo, os homens retornaram para a Catedral, acompanhando novamente a imagem de Nosso Senhor dos Passos e com as cruzes - enquanto as mulheres voltaram para a Matriz. Encerrada a procissão, o pároco da Catedral, padre Valdomiro Soares Machado - o Frei Valdo – pediu aos fiéis que continuem rezando pela paz. “Quero que cada um de vocês leve a cruz para ser guardada em um lugar em sua casa. Clame sempre pela pazz em sua casa, em sua família e em toda cidade”, recomendou.
Frei Valdo disse que aproveitou o evento da Semana Santa para pedir um “grito pela paz” com o propósito de mobilizar as pessoas a combater a escalada da violência. “Estamos cansados de ver o avanço da violência, com o aumento dos roubos, tráfico de drogas e de pessoas mortas por balas perdidas. Tem também a violência no trânsito. Espero que a nossa ação tenha algum efeito para promover a paz e amenizar esta situação”, disse o pároco,que convidou os fiéis para uma “carreta pela paz”, marcada na cidade para o dia 12 de abril. .