Técnicos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) vão analisar nos próximos 60 dias os relatórios técnicos da construção do Viaduto Gil Nogueira, que liga os bairros Santa Amélia e Itapoã, pela Avenida Portugal, na Região da Pampulha. O objetivo é apontar de quem foi a falha que ocasionou a colocação no lugar errado de duas estruturas de borracha e aço que servem de apoio entre o tabuleiro e as extremidades. Depois da conclusão desse serviço, a Sudecap definirá quem será o responsável pelo ressarcimento dos R$ 267 mil que saíram dos cofres da Prefeitura de Belo Horizonte para pagar os reparos. Paralelamente, continuam as vistorias semanais nos nove elevados da Avenida Pedro I, desde que a alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes desabou, em julho do ano passado, e a alça norte foi demolida. No caso do Gil Nogueira, elas vão atestar se os ajustes feitos no fim de semana foram capazes de garantir a estabilidade do elevado e a solução definitiva do problema.
Durante o feriado, operários da Construtora Cowan, responsável pela obra, e da Alzata Engenharia, contratada para o conserto, trabalharam para corrigir os problemas. A solução apontada foi a colocação de três novas peças de apoio entre as duas que já existiam de cada lado, para distribuir melhor o peso do pontilhão e evitar o desgaste, que poderia até evoluir para problemas mais graves. Para realizar a tarefa, os operários usaram 10 macacos hidráulicos de cada lado do viaduto para levantar 900 toneladas em oito milímetros. Eles usaram uma base constituída de um tipo de argamassa com secagem e rápida e colocaram as peças de borracha e metal em cima das bases, dessa vez respeitando o posicionamento calculado.
Segundo o diretor presidente da Consol Engenheiros Consultores, Maurício Lana, os cálculos do projeto que originou o viaduto estavam certos, indicando o local exato onde as peças deveriam ser instaladas.
GUARARAPES A Polícia Civil ainda não apresentou os resultados do inquérito 06/2014, que investiga as responsabilidades pelo desabamento da alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, em 3 de julho do ano passado. A expectativa é que sejam indiciadas pessoas ligadas a todas as etapas, como projeto, obra e fiscalização. Segundo a perícia oficial da Polícia Civil, o projeto previa menos aço do que o necessário na estrutura de um dos pilares. Também não há definição sobre a trincheira que está prevista para ser construída no lugar do viaduto que caiu. A Sudecap aguarda a responsabilização oficial dos envolvidos no desabamento para dar andamento ao processo, que também depende do programa de governo que estará em vigor quando o processo transitar em julgado..