O delegado que investiga a morte do aposentado Luiz Guimarães de Souza, de 77 anos, que morreu quarta-feira da semana passada depois de ser expulso por um vigia de lote vago onde havia entrado para urinar, no Bairro Nova Suíça, Região Oeste de Belo Horizonte, concluiu que a vítima não foi espancada por instrumento contundente. Adriano Mattos, da Homicídios Barreiro, disse ter analisado as imagens do circuito interno de TV, conseguidas por policiais civis em uma empresa próxima ao local do fato, e que elas demostram que o aposentado sofreu uma queda acidental, sem interferência de terceiros, e bateu com a cabeça no chão.
Amigos do aposentado, que também tiveram acesso a imagens que mostram a vítima sendo empurrada várias vezes pelo vigia Anderson Vitor dos Santos, de 27, contestam a decisão do delegado. “Luiz foi espancado. Eu estive com ele minutos antes e ele estava normal. Depois do crime, vi o corpo e ele estava com olho, a testa e o pescoço roxos, onde recebeu uma gravata do segurança para imobilizá-lo”, disse a sobrinha adotiva do aposentado, a professora Cristiane Bargas, de 45.
O delegado decidiu que não se trata de homicídio e encaminhou o caso para a delegada Ingrid Estevan, da Região Sul, para conclusão do inquérito. As imagens foram encaminhadas à perícia técnica da Polícia Civil para continuidade dos trabalhos, segundo a corporação.
O corpo do aposentado foi sepultado quinta-feira no Cemitério do Bonfim, na Região Noroeste de Belo Horizonte. A morte do idoso, que não tinha parentes próximos, comoveu amigos, que o descrevem como “homem de Deus”. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela PM, o aposentado voltava para casa depois de procurar atendimento médico em um centro de saúde no Bairro Nova Suíça. Ele tinha câncer de próstata e incontinência urinária. No registro da PM, o vigia confessou ter agredido o aposentado e o jogado na rua. Na confusão, o homem caiu e morreu.