Jornal Estado de Minas

Projeto de trincheira na Avenida Pedro I é apresentado pela Consol ao MP

No encontro, a empresa prestou esclarecimentos sobre as obras executadas na estrutura do Gil Nogueira, que apresentou falhas

João Henrique do Vale
Construção de trincheira foi uma proposição do MP para substituir viaduto que caiu - Foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press

O promotor de Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno, se reuniu nesta quinta-feira com representantes da empresa Consol, que projetou nove viadutos da Avenida Pedro I. No encontro, a empresa apresentou o projeto da trincheira que poderá ser construída no lugar do elevado Batalha dos Guararapes – que desabou em julho do ano passado e matou duas pessoas – e prestou esclarecimentos sobre as obras executadas na estrutura do Gil Nogueira, que também apresentou falhas.

O encontrou durou aproximadamente uma hora e meia. O diretor da Consol, Maurício Lana, entregou para o promotor uma correspondência formalizando a entrega do projeto da trincheira. “Levei desenhos ilustrativos de perspectiva que mostra que não haverá nenhum transtorno para os moradores vizinhos da obra”, explicou. O mesmo projeto já foi apresentado para a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) em março deste ano. 

A construção da trincheira foi uma proposição do MP para a Consol e a Cowan, responsável pela obra do viaduto Batalha dos Guararapes, por causa da tragédia com o elevado. Porém, ainda não há definição se a obra será feita. Em janeiro, a PBH anunciou que o projeto para andamento da trincheira estava sendo concebido.
Em março, entretanto, o secretário de Obras, Josué Valadão, em audiência pública, disse que há a possibilidade de a trincheira não ser executada. Também informou a possibilidade de ser escolhido outro empreendimento do plano de governo para o uso dos recursos do viaduto que forem restituídos à prefeitura no final do processo que apura as responsabilidades.

Outro ponto questionado pelo promotor Eduardo Nepomuceno foi em relação ao viaduto Gil Nogueira, que apresentou desnível de 2,5 centímetros na porção central das vigas transversais dos encontros do viaduto, na Avenida Portugal. “Mostrei a memória de cálculo do viaduto. Mostrei o problema que estava na obra e a solução que encaminhamos, além da solução e correção executadas pela construtora. Como já foi dito, teve um pequeno erro de transcrição da memória do cálculo. Mostrei para ele a forma correta de se fazer”, explicou Lana.

Os problemas do Viaduto Montese, que teve deslocamento lateral de 27 centímetros e ficou interditado por nove meses, também foram colocados em pauta.O diretor da Consol afirmou que foi consultado na época sobre a situação, que foi resolvida. Porém, aponta novos erros. “O muro de contenção nas rampas de acesso ao viaduto foram construídos diferentemente do que estava previsto o projeto. Deu um problema de instabilidade do muro e tiveram que fazer um reforço que são visíveis. É só notar os objetos metálicos saindo deles”, contou. .