Jornal Estado de Minas

BHTrans vai contratar 192 vigias desarmados para fazer segurança nas estações do Move

Todas as estações de transferência contarão com um vigilante. Mesmo sem armas, eles estarão munidos de cassetetes de borracha, sprays de pimenta, algemas, rádios comunicadores e coletes a prova de balas

Luana Cruz

- Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press

A BHTrans vai contratar 192 vigilantes desarmados para fazer a segurança nas estações do Move na capital 24 horas por dia. Todas as estações de transferência contarão com um vigilante, sendo que alguns terminais terão dois, de acordo com a necessidade. Os vigilantes estarão equipados com cassetetes de borracha, sprays de pimenta, algemas, rádios comunicadores e coletes a prova de balas. Serão 48 postos de vigilância funcionando todos os dias.  

Uma nova licitação será aberta no fim do mês para substituir o edital para contratação de 90 seguranças armados que foi suspenso. O processo de melhoria na segurança do sistema de transporte vem se arrastando desde o ano passado, em meio a casos de roubo e vandalismo nos terminais. Em fevereiro, o prefeito Marcio Lacerda cogitou a possibilidade de colocar policiais militares da reserva para cuidar das estações.

A concorrência para contratação de segurança armada chegou a ser adiada em janeiro e foi reaberta em fevereiro.

Nesta terça-feira, a BHtrans informou que o processo foi candelado. O novo edital que dispõe sobre os vigias desarmados será aberto em sessão oficial dia 28, às 10h.

Somente nos primeiros meses de 2015, foram inúmeros casos de violência e depredação em estações. Em 7 de abril, dois homens foram presos depois de jogarem pedras na estação Serra Verde, na MG-010, Região Norte de BH. Eles foram autuados por dano ao patrimônio e multados em R$ 2 mil pelo Departamento de Estadas e Rodagem (DER-MG), que acompanhou a prisão.

No dia 30 de março, o cuidador de idosos Breno Lincoln Batista, de 30 anos, foi assaltado e esfaqueado em uma estação do Move, na Avenida Antônio Carlos. Câmeras do circuito interno registraram a ação dos bandidos. Ele foi atingido por um golpe de facão, teve o pulmão perfurado e uma costela quebrada, ao ter o celular arrancado no dia do crime. Precisou passar por cirurgia para colocação de um dreno e ficou cinco dias internado. Um dos suspeitos de envolvimento no crime foi preso dias depois pulando catracas das estações. Guardas municipais o reconheceram com autor do assalto por causa das imagens.

Em 23 de março, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra) e o Consórcio Operacional do Transporte Coletivo de Passageiros por Ônibus do Município de Belo Horizonte (Transfácil) concluíram o conserto de 480 portas das estações do Move que apresentavam problemas. Elas ficavam abertas mesmo sem a presença de ônibus nas plataformas.
Enquanto a reforma era feita, vândalos destruiram três portas na Avenida Cristiano Machado, na Região Nordeste, desfazendo o trabalho do Setra.

Em 3 de março, o Estado de Minas percorreu as 38 estações de transferência e as cinco estações de integração e constatou que a ação de vândalos provoca prejuízos e põe em risco a segurança dos usuários do transporte coletivo. De acordo com o levantamento do EM, a situação mais grave era das estações de transferência, as plataformas para embarque e desembarque nos corredores. Nelas, 55 monitores que devem informar sobre a aproximação dos ônibus estavam danificados e 209 portas com defeito (média de quatro por módulo), o que levava passageiros a pôr as cabeças fora da linha de segurança, expondo-se ao tráfego de ônibus. O combate a incêndio também era falho. Apenas 10 extintores e três mangueiras serviam às estações por onde circulam 500 mil pessoas. Na época, a BHTrans culpou o vandalismo e reafirmou que contrataria seguranças.

A BHTrans esclarece que as estações monitoradas pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar. Além deste monitoramento feito pelos órgãos responsáveis pela segurança pública, a empresa afirma que tem feito um trabalho de conscientização junto aos usuários sobre a importância da preservação do patrimônio público por meio do sistema de som das Estações e do Jornal do Ônibus. O COP (Centro de Operações da Prefeitura de BH) também contribui para a fiscalização e monitoramento da operação nas estações.

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