A BHTrans vai contratar 192 vigilantes desarmados para fazer a segurança nas estações do Move na capital 24 horas por dia. Todas as estações de transferência contarão com um vigilante, sendo que alguns terminais terão dois, de acordo com a necessidade. Os vigilantes estarão equipados com cassetetes de borracha, sprays de pimenta, algemas, rádios comunicadores e coletes a prova de balas. Serão 48 postos de vigilância funcionando todos os dias.
Uma nova licitação será aberta no fim do mês para substituir o edital para contratação de 90 seguranças armados que foi suspenso. O processo de melhoria na segurança do sistema de transporte vem se arrastando desde o ano passado, em meio a casos de roubo e vandalismo nos terminais. Em fevereiro, o prefeito Marcio Lacerda cogitou a possibilidade de colocar policiais militares da reserva para cuidar das estações.
A concorrência para contratação de segurança armada chegou a ser adiada em janeiro e foi reaberta em fevereiro. Nesta terça-feira, a BHtrans informou que o processo foi candelado. O novo edital que dispõe sobre os vigias desarmados será aberto em sessão oficial dia 28, às 10h.
Somente nos primeiros meses de 2015, foram inúmeros casos de violência e depredação em estações. Em 7 de abril, dois homens foram presos depois de jogarem pedras na estação Serra Verde, na MG-010, Região Norte de BH. Eles foram autuados por dano ao patrimônio e multados em R$ 2 mil pelo Departamento de Estadas e Rodagem (DER-MG), que acompanhou a prisão.
Em 23 de março, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra) e o Consórcio Operacional do Transporte Coletivo de Passageiros por Ônibus do Município de Belo Horizonte (Transfácil) concluíram o conserto de 480 portas das estações do Move que apresentavam problemas. Elas ficavam abertas mesmo sem a presença de ônibus nas plataformas. Enquanto a reforma era feita, vândalos destruiram três portas na Avenida Cristiano Machado, na Região Nordeste, desfazendo o trabalho do Setra.
Em 3 de março, o Estado de Minas percorreu as 38 estações de transferência e as cinco estações de integração e constatou que a ação de vândalos provoca prejuízos e põe em risco a segurança dos usuários do transporte coletivo. De acordo com o levantamento do EM, a situação mais grave era das estações de transferência, as plataformas para embarque e desembarque nos corredores. Nelas, 55 monitores que devem informar sobre a aproximação dos ônibus estavam danificados e 209 portas com defeito (média de quatro por módulo), o que levava passageiros a pôr as cabeças fora da linha de segurança, expondo-se ao tráfego de ônibus. O combate a incêndio também era falho. Apenas 10 extintores e três mangueiras serviam às estações por onde circulam 500 mil pessoas. Na época, a BHTrans culpou o vandalismo e reafirmou que contrataria seguranças.
A BHTrans esclarece que as estações monitoradas pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar. Além deste monitoramento feito pelos órgãos responsáveis pela segurança pública, a empresa afirma que tem feito um trabalho de conscientização junto aos usuários sobre a importância da preservação do patrimônio público por meio do sistema de som das Estações e do Jornal do Ônibus. O COP (Centro de Operações da Prefeitura de BH) também contribui para a fiscalização e monitoramento da operação nas estações.