O relatório da situação de mais três viadutos da Avenida Dom Pedro I feito pelas empresas CGP e RCK, que prestam consultoria para a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), passou pelo conhecimento do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape/MG) antes de ser encaminhado, esta tarde, ao Ministério Público Estadual. O presidente do Ibape/MG, Clémenceau Chiabi, explicou que as situações apontadas nos elevados Oscar Niemeyer, João Samaha e Monte Castelo não trazem risco de colapso das estruturas e buscam aumentar a durabilidade dos pontilhões, levando em consideração uma atualização da norma NBR 6118, que rege a construção de estruturas de concreto.
"Essa norma sofre alterações ao longo do tempo, justamente para poder evoluir. E ela sofreu uma alteração recente em 2014. No relatório, foi feita uma verificação com base na norma atual. Isso não significa que o que foi feito para trás está tudo errado. Mas que existem alguns parâmetros de cálculo que apresentam alguma divergência", diz Chiabi.
No caso do Viaduto Oscar Niemeyer, que liga os bairros Itapoã e Santa Amélia pela Avenida Portugal, na Região da Pampulha, foi apontado que a vibração da estrutura pode trazer, no futuro, trincas nas duas extremidades, na parte que serve de apoio ao tabuleiro. "O mais convencional é acrescentar vergalhões de aço e concreto, mas sem desmanchar, colocando a mais por uma questão de durabilidade", diz o engenheiro. Além disso, o projeto a ser detalhado nos próximos 180 dias deve apontar também uma solução para diminuir a vibração e, consequentemente, aumentar a durabilidade.
O caso do João Samaha, que liga à Pedro I, no Bairro Planalto (Norte) à Rua João Samaha, no Bairro São João Batista (Venda Nova) é o mesmo do Oscar Niemeyer no que diz respeito à vibração da estrutura. "A ideia é fazer reformas na estrutura para que ele vibre menos. Ele tem potencial de vibrar um pouco mais e desgastar mais facilmente", diz Clémenceau Chiabi. Por fim, no Monte Castelo, que liga dois pontos da rua de mesmo nome entre os Bairros Itapoã e Santa Branca (Pampulha), a solução inicial é simplesmente monitorar o comportamento da estrutura, pois, segundo o presidente do Ibape/MG, o relatório fala em uma possibilidade de atrito lateral de estaca. "Não é que a estaca está inferior, o viaduto não cedeu nada. O relatório da RCK descreve que não há risco e sugere o monitoramento, pois houve diferença de critério de cálculo", completa.