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Estado de Minas

Estudante negro acusa PM de abordagem truculenta próximo a universidade

O jovem afirma que foi abordado de forma truculenta quando chegava à Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) de carro. PM nega o caso


postado em 17/04/2015 21:04 / atualizado em 17/04/2015 21:18

A abordagem de policiais militares a um estudante negro da Faculdade de Políticas Públicas da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) deve ser levada para a análise do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Pedro Henrique Afonso, de 24 anos foi detido quando chegava de carro a instituição de ensino. O jovem afirma que foi abordado de forma truculenta pelos agentes. Uma audiência de conciliação foi realizada na terça-feira, mas terminou sem acordo. O comandante do 22º Batalhão da PM, tenente-coronel Eucles Figueiredo, disse que ainda não foi comunicado oficialmente sobre o caso.

O caso aconteceu no fim de março deste ano, mas tomou repercussão nos últimos dias depois que o estudante fez um depoimento no Facebook relatando como a situação aconteceu. Rapidamente, várias pessoas compartilharam e comentaram a postagem. De acordo com Pedro Henrique, ao chegar na faculdade, no último dia 30, policiais militares o abordaram quando trancava o carro. Ele conta que os militares desceram com arma em punho e disseram: “mão na cabeça, vagabundo, e cala a sua boca”.

O jovem alega que ameaçou fazer uma representação contra os policiais na corregedoria. Foi depois deste comentário, segundo o estudante, que a situação ficou tensa. “Estava chegando na Faculdade com o dever de estudar e eles brutalmente me algemaram e colocaram na viatura. A exposição para as pessoas foi intensa. A população ficou me olhando enquanto os policiais me xingavam a todo momento. Colocaram-me e tiraram da viatura várias vezes”, disse Pedro Henrique.

O estudante afirma que dentro da viatura, argumentou com os policiais para que eles averiguassem se o carro era ou não dele. Por isso, eles voltaram e fizeram buscas no veículo. Em seguida, o jovem foi levado para o Juizado Especial Criminal. Ele foi ouvido por um delegado e uma audiência de conciliação foi marcada para terça-feira. “Foi feita uma proposta para eu pagar serviços sociais, porém, meu advogado não aceitou, porque sou inocente. Vamos encaminhar o caso para o MP averiguar”, comentou.

Depois do acontecido, Pedro Henrique se diz amedrontado. “Mudei totalmente meus hábitos. A todo momento, mando mensagem para meus familiares, não saio mais sozinho. Hoje, fiquei com minha avó, que é uma pessoa muito espiritual para mim, e até tirei férias do meu serviço para eu poder ficar melhor”, afirmou o estudante.

De acordo com o tenente-coronel Eucles Figueiredo, o batalhão não foi formalmente notificado de nenhuma ação sobre o caso. “O 22º BPM desconhece. Não fomos formalmente acionados a respeito. Não posso me manifestar acerca de reclamações que não recebemos”, relatou.


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