Moradores do Jardim América, integrantes de movimentos sociais e ativistas, fazem um ato neste sábado em favor da criação de um parque ecológico no bairro, localizado na Região Oeste de Belo Horizonte. A área de aproximadamente 21,5 mil metros quadrados está em meio a uma batalha entre as famílias e uma construtora. A empresa conseguiu uma licença para fazer um empreendimento no local, porém, uma liminar pedida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) impede o início das obras.
O imbróglio em torno do terreno, localizado na Avenida Barão Homem de Melo, começou em 2011. A construtora Masb conseguiu autorização para a construção de duas torres com 23 pavimentos, 276 apartamentos, pilotis e 3 níveis de garagem com 752 vagas, além de 23 lojas e 48 salas. Porém, os moradores não aceitam, pois a região não possui grandes áreas verdes. “Nossa luta é para mostrar ao poder publico que a cidade precisa de espaço para eventos culturais e sociais. O Jardim América é uma área com o menor número de metro quadrado de área verde por habitante, são 12 metros, enquanto o Ministério da Saúde recomenta 17 metros por habitante”, afirma Anito Mário Mendes, membro do grupo organizado de moradores e usuários do Jardim América.
Outro argumento dos moradores é porque o terreno é o remanescente da Fazenda Goiabeiras, que deu origem ao Jardim América. Por causa disso, as famílias fizeram um abaixo-assinado e entregaram ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). “A promotoria de meio ambiente propôs uma ação civil pública e obteve uma medida liminar que suspendeu a intervenção de qualquer edificação na área até a decisão do processo. Agora, estamos lutando pela preservação do terreno e que ele vire parque. No ano passado, na 4ª Conferência Municipal de Política Urbana, os delegados aprovaram por unanimidade a sugestão”, diz Mendes.
Para pressionar as autoridades e chamar a atenção dos moradores da capital mineira, várias atrações culturais foram realizadas neste sábado no terreno. Segundo Anito Mário, aproximadamente 400 pessoas participaram do evento. “Tivemos grupos de marchinhas de carnaval, encontro de carros antigos, grupo de palhaços, encontro de ciclistas, e várias ações culturais e palestras”, explica.
As crianças tiveram atenção especial no encontro. Um grande mapa de Belo Horizonte foi criado e elas puderam criar a cidade que queriam, colocando parques, campos de futebol e espaços com brinquedos.