Aos 20 anos, a modelo Paola Antonini orgulha-se de nunca ter dirigido alcoolizada. Herdou essa consciência dos pais, Antônio Tadeu e Diva. Na véspera do acidente ocorrido com a filha mais velha, atingida por uma motorista embriagada, o casal havia voltado de táxi para casa. Deixou o automóvel para trás, estacionado na rua, após beber durante uma comemoração de Natal. “Antes do acidente, já evitava andar nos veículos se o motorista tivesse bebido. Agora é que não entro mesmo. Falo com todo mundo para não entrar também. Dirigir 100% bem já é perigoso, por que você aceitaria acrescentar mais um fator de risco?”, pergunta a modelo, referindo-se ao consumo de bebida ao volante.
Uma nuvem cinza baixa no olhar de Paola apenas quando ela se refere à autora do acidente, sem citar nomes.
Durante a entrevista, Paola confessou que ainda não chorou por causa da perda da perna em si. “A ficha já caiu e sei que minha vida mudou em diversos aspectos. Só não consigo entender a reação das pessoas. Elas olham para mim como se estar amputada fosse pior do que morrer. Devo agradecer por estar viva e não ficar lamentando o que perdi”, ensina a modelo. Todas as noites, Paola retira a perna mecânica para dormir e a coloca na tomada para recarregar as baterias. Devido ao sistema inteligente, a prótese consegue assimilar o modo de andar da modelo, ajudando no processo de aprendizado.
REAPRENDENDO A ANDAR
Diariamente, Paola faz sessões intensas de fisioterapia para reaprender a andar. Desde a tragédia, a modelo recebe mensagens de incentivo enviadas do Brasil inteiro em seu blog na internet. Paola é conhecida nas redes sociais desde 2009, quando integrou, durante um ano, a Galera Capricho, grupo de adolescentes que produz conteúdo para a revista homônima. No Twitter, conta com quase 30 mil seguidores. No Instagram, são mais de 15 mil.
Na semana santa, Paola já conseguiu concretizar o plano de viajar sozinha com o namorado para o Rio. Na semana passada, ao voltar à Cidade Maravilhosa, a jovem tomou coragem de ir à praia. “Não é muito fácil andar na areia, mas deu certo. Consegui tomar sol e até entrar no mar”, conta ela, sorridente. Ela faz questão de destacar o apoio recebido do namorado, que não arredou de perto da Paola. O relacionamento dos dois havia completado um ano quando ocorreu o acidente. (SK)
inquérito do acidente
Nem Paola Antonini nem a mãe dela, Diva, acompanham o andamento do processo na Justiça. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, na semana que vem, o delegado do Detran-MG, Rodrigo Otávio Gomes Fagundes, deverá concluir o inquérito. A motorista Diandra Lamounier Morais de Melo pode vir a ser indiciada por lesão corporal dolosa (intencional) ou culposa (não intencional). Ele havia pedido dilação do prazo para apresentar as conclusões, devido à demora na apresentação dos laudos técnicos.
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