Jornal Estado de Minas

Véspera de feriado de Tiradentes foi de trabalho para uns e folga para outros

Na segunda-feira antes do dia dedicado a Tiradentes, quem estava de folga pôde aproveitar o lazer na cidade, enquanto muita gente teve de bater ponto

Guilherme Paranaiba
Heliel e Thafarel não tiveram descanso e passaram a manhã fazendo fotos e imagens de casal de clientes - Foto: Beto Novaes/EM/D.A.Press

Folga ou dia normal de trabalho? A população de Belo Horizonte se dividiu nesta segunda-feira, véspera do feriado nacional de Tiradentes. Enquanto muitos emendaram o descanso e só voltam a trabalhar amanhã, outros não encontraram vida fácil e ontem tiveram um dia normal de expediente. Quem foi premiado com o descanso acabou aproveitando para fazer atividades físicas, passear com os filhos e andar pela cidade. Já quem bateu cartão limpou ruas, trabalhou em obras, nos escritórios, bancos, comércio e muitos outros tipos de atividades.

O dia de serviço começou cedo para a gari Adriene da Silva Lopes, de 40 anos. Às 7h30, ela já estava de vassoura na mão, pronta para dar conta da sujeira deixada pelos torcedores de Cruzeiro e Atlético em parte das avenidas Abrahão Caram, Antônio Carlos, das Palmeiras e Otacílio Negrão de Lima, na Pampulha. “Vontade de tirar folga a gente tem demais. Mas esse é um serviço que não pode faltar. Ainda mais depois de um jogo, que deixou o entorno do Mineirão todo sujo.

Imagina se os garis tirassem folga hoje (ontem)?”, questiona ela, que trabalhou até as 16h30.

Já a segunda-feira da família de Andreza, Percilio e Pedro, de apenas 2 anos, foi mais calmo. Os três resolveram dar uma volta de bicicleta pela Lagoa da Pampulha. O mais tranquilo era Pedro, sossegado na cadeirinha da bike pilotada pelo pai. “Aproveitamos a folga prolongada para fazer uma atividade física. E foi o Pedro quem pediu que saíssemos de bicicleta. É uma ótima opção para esquecer a rotina pesada do nosso trabalho e uma oportunidade de ensinar nosso filho que é necessário equilibrar a rotina”, afirma Percilio Menino, de 35, gerente de operações. “Hoje consideramos que a qualidade de vida é nossa demanda principal”, diz a mãe do pequeno Pedro, Andreza Barbosa, de 31, professora universitária.
Outra pessoa que aproveitou a folga no primeiro dia útil da semana para dar uma volta de bike foi a designer Shirley Araújo, de 30. Além de se exercitar, ela parou para apreciar a vista de um dos pontos mais bonitos da lagoa, de onde se pode ver o Mineirão, o Mineirinho e a Igrejinha da Pampulha. “Hoje é como se fosse fim de semana. Aproveito para dar uma volta e meia na orla pedalando. Também gosto de correr e de fazer treinamentos funcionais nesses dias de folga”, afirma.

Segunda-feira é, normalmente, dia de muito trabalho para a dupla Heliel Marlon dos Santos, de 23, e Thafarel Ayran, de 27. E ontem não foi diferente. Funcionários de uma empresa de vídeos e fotografias, eles trabalharam bastante.
A missão era fazer imagens de um casal que completou 25 anos de casamento. “O feriado é só amanhã (hoje). Enquanto isso, temos que trabalhar, não tem jeito. Pelo menos amanhã poderemos descansar”, brinca o fotógrafo Heliel. “Toda segunda a gente faz esse serviço, já estamos acostumados. Enquanto isso, outras pessoas vão aproveitando, mas amanhã teremos folga”, completa Thafarel.

Enquanto sua mulher trabalhava, Anderson Aproveitou folga para passear com o filho Gabriel, de 2 anos - Foto: Beto Novaes/EM/D.A.Press
FAMÍLIA DIVIDIDA

Na casa do vendedor Anderson Xavier, de 41, o feriado dividiu a família. Enquanto ele estava de folga e pôde curtir o lazer, sua mulher precisou trabalhar. O jeito foi levar o filho Gabriel, de 2 anos, para brincar. “Como não viajamos, resolvemos aproveitar. Estou por conta de curtir com meu filho.
Essas oportunidades são muito boas, porque criança dentro de casa acaba ficando estressada”, diz ele.

Quem também esbanjava sossego era o aposentado Cecilio da Silva, de 75. Aproveitando o dia de menos movimento, ele foi até a Lagoa da Pampulha para pegar alguns peixes. “Pescar me deixa relaxado. Distrai a cabeça quando não consigo ir para a Serra do Cipó, que é minha terra natal”, diz o aposentado, que ainda não tinha conseguido fisgar nenhuma tilápia.

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