A cidade de Lavras, no Sul de Minas Gerais, enfrenta uma epidemia de dengue em 2015. O último balanço da Secretaria Municipal de Saúde da cidade, divulgado na segunda-feira mostra que já mais de 2,8 mil notificações e 855 casos confirmados da doença. Pacientes lotam os hospitais da cidade e até policiais militares estão em licença médica por causa da doença. Diante da situação, o município pediu ajuda do Exército e pretende multar quem não contribuir com o combate ao mosquito.
De acordo com o secretário de Saúde de Lavras, Leandro Moretti, o Exército vai ceder barracas para atendimento, triagem, exames, e hidratação para desafogar o sistema de saúde. A cidade também deve decretar situação de emergência.
Conforme o último Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa), o índice de infestação predial em Lavras (relação do número de imóveis positivos para o mosquito pelo número de imóveis pesquisado) em março de 2015 era de 2,5, considerado de médio risco. Os bairros com o maior número de notificações são o Nossa Senhora de Lourdes, Cohab e Lavrinhas.
Nos últimos meses foram realizados 28 mutirões de limpeza, mais de 166 mil recolhimentos de objetos que podem ser criadouros do mosquito, como pneus e garrafas, e 8,5 mil intervenções em piscinas e caixas d'água. O fumacê também percorre a cidade espalhando um inseticida. A Secretaria também pretende mobilizar a PM e o Corpo de Bombeiros em ações de combate à doença.
Diante da resistência, a cidade pode começar a punir esses moradores. “Vamos encaminhar à Câmara hoje um projeto de lei instituindo multa para os locais e residências onde forem encontradas as larvas, vamos instituir entrada forçada nas residencias fechadas, lotes que foram multados e não limparam nós vamos limpar e cobrar do proprietário do lote. Vamos fazer tudo que cabe ao poder do município”, alerta. A proposta de lei ainda será analisada pelo legislativo municipal.
Em casos semelhantes a punição já existe. A assessoria de imprensa da prefeitura de Lavras informou que desde 16 de abril, 400 proprietários de lotes que não realizam a limpeza e manutenção tiveram multas protestadas em cartório. Os nomes deles também serão inclusos nas listas de proteção ao crédito.
POLÍCIA MILITAR A epidemia também afeta a segurança pública da cidade. Desde o início do ano, 50 policiais militares da cidade foram afastados por causa da doença. Atualmente, seis permanecem em licença. “Cada dia é um caso novo porque esses militares andam por toda a cidade”, explica o capitão médico do 8º Batalhão da Polícia Militar, Eduardo Cappelle. Segundo ele, os moradores têm evitado circular pelos bairros onde a infestação é maior, o que é impossível para os policiais. Outro problema é que o o batalhão fica em uma área de fazenda ao lado do Bairro Jardim Floresta, um dos mais atingidos pela dengue.
Ainda conforme o capitão Cappelle, foi formada uma comissão de policiais para discutir o problema da dengue na corporação e agilizar o tratamento dos pacientes. Ele considera que a situação está controlada entre os militares. “O máximo de policiais afastados ao mesmo tempo foram 10, isso não consegue afetar nosso efetivo ainda. Estamos tentando tratá-los o mais rápido possível, agir na parte médica mais rápido”, esclarece. .