“Ela me ligou no começo da manhã do sábado aqui no Brasil e me falou que tinha ocorrido o terremoto. Disse-me que estava tudo bem e que ajudava uma criança de 3 anos encontrar seus pais e que não poderia falar muito”, contou a mãe da estilista, a aposentada Sylvia Nascimento, de 66 anos, que mora num bairro da Região Centro-Sul de BH.
O empresário Rodrigo Nascimento, de 33, irmão de Simone, disse que ontem fez contato por e-mail com a embaixada brasileira em Katmandu (capital Nepal). “O vice-cônsul, Márcio Edward, respondeu prontamente, dizendo que não tinha notícias de minha irmã. Ele também destacou os problemas com o sistema de comunicação no país, que poderia dificultar o contato entre a Simone com a família aqui no Brasil”.
Sylvia busca esperança no espírito solidário da filha. “Penso que ela pode ter se envolvido com o socorro das pessoas. Mas mesmo assim, estamos aflitos, pois depois do segundo tremor de maior intensidade, no domingo, era para ela tentar nos ligar. A Simone nunca deixou de manter contato em suas viagens. No atentado no metrô de Londres, ela tinha descido uma estação antes e ligou de imediato para nos tranquilizar”, pontuou a aposentada.
Depois da ligação telefônica no começo da manhã do sábado, Simone Nascimento ainda postou em sua página do Facebook, às 10h30, horário de Brasília. “I am good. Just strong terremoto, my hands still shaking. Loads of love and buena onda to Katmandou (Eu estou bem. Apenas um terremoto forte, minhas mãos ainda estão trêmulas. Cargas de amor e boa onda para Katmandou)”, disse a estilista no post. Apesar das várias curtidas e mensagens de amigos abaixo do post, ela não enviou nova mensagem.
Itamaraty
O Itamaraty informou a reportagem que não pode confirmar se a mineira está entre as pessoas desaparecidas. Segundo o órgão, essas informações só são repassadas para familiares para “preservar a privacidade e a integridade das possíveis vítimas”.
Até às 21h, 113 brasileiros foram contatados pela assistência consular no Brasil, consulado em Katmandu, ou através de familiares que procuraram o Ministério das Relações Exteriores para confirmar o contato com brasileiros no Nepal. O órgão afirma que tem informações que 157 brasileiros estavam no país no momento do terremoto.
A embaixada brasileira em Katmandu recebeu reforço de equipes de Nova Deli que já foram para o Nepal. O atendimento está sendo feito em regime de 24 horas. O núcleo de assistência a brasileiros também recebeu mais pessoas para ajudar nos atendimentos.
Um Centro de Atendimento foi criado no Aeroporto da capital do Nepal para atender os brasileiros que chegam ou saem do país. Segundo o Itamaraty, os brasileiros estão procurando o local para usar as comunicações da embaixada, alimento, e até usar o espaço como refúgio. Não há confirmação de brasileiros entre os mortos e vítimas gravemente feridas.