Em Minas, de janeiro a março do ano passado, foram registrados 27.448 crimes violentos, dos quais 23.284 roubos. No mesmo período deste ano, foram 29.384 ocorrências, sendo 25.781 roubos. Das ações consideradas violentas, apenas essa modalidade criminosa teve aumento em todo o estado (10,72%). Os outros tipos – homicídio consumado e tentado, estupro consumado e tentado, estupro de vulnerável, sequestro e cárcere privado e extorsão mediante sequestro – tiveram queda.
Na região metropolitana, os crimes violentos cresceram 11,5% e, em BH, 6,5%, também puxados pelo aumento de roubos (14,67% e 8,73% respectivamente). Quanto aos homicídios consumados, houve redução de 1.195 para 1.055 no estado, na comparação do primeiro trimestre de 2014 com o de 2015. A redução foi significativa também na região metropolitana (19,86%) e na capital (34,06%).
A Seds informou que, a partir de agora, fará atualização constante dos dados e fez críticas à gestão anterior, do PSDB. Disse que a administração passada deixou fora das estatísticas oficiais ocorrências registradas em datas posteriores à divulgação mensal dos números. E garantiu ter resgatado essas informações e acrescentado às estatísticas a partir de 2012. A secretaria afirmou ainda que, pela primeira vez, são divulgados nas estatísticas de criminalidade violenta os números de estupros de vulneráveis em Minas – crime cometido contra vítimas menores de 14 anos ou que tenham algum tipo de deficiência ou enfermidade que não dê condições de discernimento.
“Sonegava-se à população sistematicamente a estatística desse tipo de crime, que nem sequer era incluída na soma geral de estupros. Assim, quase 7 mil estupros ficaram de fora das estatísticas de 2012 para cá”, diz a nota da Seds. O texto acrescentou que, nos últimos três anos, os estupros de vulneráveis representaram mais da metade de todos os estupros registrados em Minas. Foram 6.875 ocorrências contra vulneráveis consumadas no período, para um total de 12,1 mil casos de estupro em geral. Ainda segundo a Seds, no ano passado foram excluídos 2.458 registros (62,7% dos casos em geral).
Outra mudança foi o cálculo de taxas de criminalidade violenta, que passa a usar as estimativas de população feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e não mais as projeções da Fundação João Pinheiro. Isso torna comparáveis os dados de Minas Gerais com a taxa média nacional e com as taxas de outros estados. O secretário de Estado de Defesa Social, Bernardo Santana, não deu entrevista para comentar os números e as alterações na metodologia, e a Seds não destacou outra fonte para falar do assunto.
‘CORTINA DE FUMAÇA’ Por meio de nota, o PSDB rebateu as acusações da Secretaria de Defesa Social e disse que o governo do PT tenta “criar uma cortina de fumaça para explicar aos mineiros a absoluta ausência de ações completados já quatro meses da posse do governador Fernando Pimentel.” A nota diz ainda que os dados da Defesa Social eram atualizados mensalmente e sempre classificados como “confiáveis” pelo próprio Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Com relação aos resultados alcançados no enfrentamento na criminalidade nos últimos anos, destacou que Minas Gerais stem o quarto menor índice de homicídios do país, o terceiro menor índice de latrocínios e de crimes violentos e o segundo menor índice de estupros “em razão das medidas efetivas tomadas anteriormente”..