Travessia de pedestres em local impróprio, pouca distância entre os veículos, uso de celular e desrespeito à velocidade máxima permitida são algumas das causas de acidentes de trânsito em Belo Horizonte, de acordo com pesquisa realizada pelo Programa de Pós-Graduação da Promoção da Saúde e Prevenção da Violência da Faculdade de Medicina da UFMG. Em 77% das ocorrências, foi detectado o comportamento errado dos condutores.
O levantamento também mostrou que os homens estão envolvidos na maioria dos acidentes de trânsito ocorridos na capital. Motoristas e pedestres do sexo masculino respondem por 76% do número de envolvidos em acidentes, como causadores ou vítimas. Outro dado que chama a atenção é o local dos acidentes. Em 60% dos casos, as batidas e atropelamentos ocorreram em cruzamentos, justamente o lugar onde a atenção de motoristas, motociclistas e pedestres deve ser redobrada.
Estudantes de medicina acompanharam o atendimento aos acidentados em companhia das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O objetivo era saber mais a respeito das causas das batidas e atropelamentos. "Normalmente, os boletins de ocorrências indicam apenas as consequências.
Ele acrescentou que raramente, um único fator leva ao acidente. “As causas normalmente aparecem juntas, como quando um envolvido avança o semáforo e, ao mesmo tempo, o outro está alcoolizado”, exemplifica o autor. Para chegar a esses resultados,foram analisados 668 registros de acidentes na capital, entre julho de 2012 e junho de 2014. O levantamento servirá de base para a próxima campanha da BHTrans para tentar diminuir o número de ocorrências com motociclistas.
SEMPRE OS HOMENS
Quanto à maior presença de homens nos acidentes, Ronaro afirmou que isso não se deve ao falto da maioria dos motoristas e motociclistas ser homens. "Quando analisamos os pedestres, onde a proporção entre os sexos é quase a mesma, os acidentes com homens são quatro vezes maiores”, afirma Ferreira. Ele avalia que isso se deve ao comportamento masculino. “Os homens se expõem mais aos riscos. Quando o sinal está aberto para os carros, por exemplo, tem uma brecha e os homens tentam atravessar, enquanto que as mulheres preferem aguardar ”, diz Ronaro.
O estudo aponta que as pessoas devem mudar a forma de enfrentar o trânsito. Dos acidentes analisados, 77 % foram por comportamento errado dos motoristas e 17% de pedestres. “Isso mostra que o problema são as pessoas que estão no trânsito e não o ambiente do trânsito”, comenta o pesquisador.
No trânsito, é comum ver as pessoas dirigindo enquanto mexem ou falam no celular. A pesquisa mostra que essa ação pode ser preocupante. A falta de atenção está relacionada a um quinto dos acidentes.
A pesquisa apontou que a ocorrência de chuva não traz tantos problemas para os motoristas. Das ocorrências analisadas, apenas 1,8% aconteceram com pistas molhadas. “Quando está chovendo as pessoas dirigem com mais atenção, masdevem ficar ainda mais atentas quando não há nenhum problema aparente. O motorista tem que estar preparadas para algum imprevisto”, alerta o pesquisador..