A Corregedoria Geral da Polícia Militar vai apurar a conduta dos militares que trabalharam no acidente causado pelo empresário Célio Brasil Júnior, de 23 anos, que bateu uma BMW na madrugada de domingo na Praça da Liberdade, Centro-Sul de Belo Horizonte, ferindo seis pessoas. Testemunhas informaram que ele apresentava sinais de embriaguez e abandonou o local do acidente, mesmo com a presença de policiais militares. Como havia a suspeita de que ele bebeu antes de dirigir, a conduta correta seria prendê-lo e apresentá-lo a um delegado de plantão, que avaliaria o caso. Como isso não aconteceu, Célio escapou do flagrante e por isso a Polícia Civil terá dificuldades de comprovar que ele estava alcoolizado, segundo especialistas. A Ouvidoria de Polícia do Estado de Minas Gerais também encaminhou um pedido de investigação à corregedoria. Ontem, Célio se apresentou à polícia e, em depoimento, admitiu que era o motorista da BMW, mas disse que não bebeu e fugiu porque ficou atordoado com a situação.
“O que aconteceu tem que ser investigado. Todas as pessoas que se envolveram nessa ocorrência têm que ser ouvidas para entender se os policiais agiram da maneira correta”, diz o ouvidor de polícia, Paulo Alkmim.
Apesar das declarações de Célio ao delegado, uma das jovens que estava na BMW junto com ele disse ao Estado de Minas no domingo que o grupo de cinco pessoas (duas moças e três rapazes) se conheceu horas antes da batida em uma boate no Bairro Buritis, Região Oeste de BH.
A princípio, o delegado Pedro Ribeiro explica que os crimes que serão atribuídos são a lesão corporal e o abandono do local. As investigações também podem levar a um indiciamento por embriaguez, mas, sem flagrante, o trabalho da polícia fica prejudicado, conforme acredita o professor de direito processual penal da UFMG, Felipe Martins Pinto. “Fica praticamente impossível provar essa embriaguez. A grande evidência da embriaguez é quando você pega os sintomas no próprio condutor. É difícil que as testemunhas atestem essa questão”, completa.
Entenda o caso
- No último domingo, o empresário Célio Brasil Júnior, 23 anos, bateu uma BMW modelo X6 em outro carro e também em um poste na Praça da Liberdade, deixando seis pessoas feridas.
- Ele abandonou o local do acidente e, segundo testemunhas, tinha sinais de estar alcoolizado. Pessoas que viram o acidente também afirmam que ele fugiu com a presença de policiais militares no local, sendo que, nesse caso, deveria ter sido levado a um delegado de plantão e, confirmada a suspeita de embriaguez, preso em flagrante.
- Ele se apresentou à polícia dois dias depois assumindo que estava dirigindo o carro, mas negando que tinha bebido. Ele justificou a fuga dizendo que ficou atordoado. Uma das pessoas que estava dentro da BMW com ele disse que o motorista bebeu em uma boate do Bairro Buritis.
- Célio será investigado por lesão corporal, abandono do local do acidente e também pela embriaguez. Se comprovado que os militares foram coniventes com a fuga, eles podem ser responsabilizados. A Corregedoria da PM também está investigando o caso.
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