Três policiais militares envolvidos em uma confusão na noite de terça-feira, que terminou com uma investigadora da Polícia Civil baleada e o marido dela morto, foram ouvidos durante a madrugada desta quarta-feira e ainda prestam esclarecimentos nesta manhã ao delegado Harley Alencar no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com o comandante do 41º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Willian Jaques Rodrigues, os PMs deram depoimento na condição de autores do homicídio do proprietário de uma oficina mecânica, Filipe Sales, e tentativa de homicídio da policial Fabiana Aparecida Sales, lotada na Delegacia de Ibirité. A Corregedoria da PM está acompanhando as apurações e de acordo com o tenente-coronel, será aberta uma sindicância na corporação para apurar os fatos, além do inquérito instaurado pela Polícia Civil.
De acordo com o boletim de ocorrência da PM, registrado apenas com a versão dos militares envolvidos no caso, dois soldados lotados no 41º e um do 5º Batalhão foram para a mata da Copasa, na Região do Barreiro, para praticar tiros durante o dia de folga. Os três amigos, à paisana, efetuaram vários disparos no período da tarde e quando saíam da mata, por volta de 18h, perceberam um casal se aproximar.
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Militares recolheram as armas, que, segundo o boletim de ocorrência, foram usados por Felipe e Fabiana. O revólver que estava com Filipe foi roubado na cidade de Betim, na Grande BH, e pertencia a um PM.
O caso gerou grande mobilização de policiais civil e militares na região. O helicóptero da PM deu apoio à ocorrência enquanto os fatos ainda eram apurados e as informações estavam desencontradas. Fabiana foi socorrida para o Hospital Julia Kubitschek, onde permanece internada depois de passar por cirurgia. Ela ainda não foi ouvida. O corpo do marido foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de BH.
À PAISANA O tenente-coronel Wiliam Jaques informou que ainda não possível definir de qual arma partiram os tiros que mataram Felipe. “Os três militares estão na condição de autores, mas não sabemos se será ratificado o flagrante e se continuarão presos. Não é um crime militar, porque estavam de folga e não agiram em razão da função que ocupam”, afirmou. O comandante ainda disse que os tiros na mata foram uma escolha dos soldados. “Isso não é um treinamento de policiais militares. Eles resolveram praticar o tiro ao alvo por conta deles, com armas particulares devidamente registradas. Se houver algo de irregular, com certeza será apurado no inquérito policial”, relata Willian Jaques.
Em nota, a Polícia Civil disse que lamenta profundamente o fato. Informou que por determinação do Chefe da Polícia Civil, delegado Wanderson Gomes, o caso está sob responsabilidade do DHPP. A Polícia Civil ainda levanta outras provas materiais capazes de esclarecer todas as circunstâncias que envolveram o caso..