Números apresentados nessa quinta-feira pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) jogam por terra os argumentos de quem acreditou que a entrada de cotistas comprometeria a qualidade de ensino na maior instituição de ensino superior do estado. Os beneficiários da Lei das Cotas mostram, desde 2013, desempenho acadêmico igual ou superior aos demais alunos. No quesito evasão, eles também são destaque: desistem muito menos dos cursos. Em alguns casos, a cada dois estudantes da ampla concorrência que abandonam a faculdade, o mesmo ocorre com um é cotista.
A comparação é feita entre os alunos assistidos pela Fundação Mendes Pimentel (Fump), que, segundo o pró-reitor de Graduação, Ricardo Caldeira Takahashi, correspondem ao perfil dos cotistas, e aqueles que não recebem a assistência estudantil. A série histórica, que aborda outros tipos de ações afirmativas, como o bônus, mostra que o rendimento semestral global médio dos beneficiários de ações afirmativas é bem superior. No curso de história, por exemplo, a média das notas dos cotistas é 89% maior do que quem entrou pela ampla concorrência. Em ciências da computação, a nota deles é 58,14% maior. Na engenharia de controle e automação, 52,94% e, em medicina, a nota dos cotistas é 50% melhor.
O rendimento dos egressos de escola pública já começa a chamar a atenção na aprovação pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Por isso, segundo ele, vale o desempenho dentro da universidade, onde todos passam a estar em pé de igualdade. “O desempenho dos dois grupos é, essencialmente, idêntico. Isso mostra que, realmente, a diferença não era cognitiva, mas de treinamento.” Quanto à evasão, ele ressalta: “Para o cotista, concluir o curso rapidamente e bem faz diferença maior que para o não cotista”.