Obra parada deixa a cultura e o lazer em compasso de espera. Previsto para ser concluído em abril do ano passado, o Espaço multiúso em construção no lugar do antigo Colégio Imaco, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro de Belo Horizonte, está há um mês sem trabalhadores e máquinas. Esta é terceira vez, desde o lançamento oficial, em abril de 2013, que os serviços são interrompidos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) – outras paralisações ocorreram em agosto daquele ano e abril de 2014, sob alegação de um problema financeiro tecnicamente apontado como “reequilíbrio de preços”, além da reestruturação do projeto original.
Na tarde de ontem, o cenário era mais uma vez de completo silêncio no canteiro de obras, que tem 60% do futuro prédio erguidos – pelo projeto, serão 2 mil metros quadrados de área construída. Dos 40 funcionários em atividade até o início de abril, restaram um engenheiro, um vigia e um ajudante, mas ninguém está autorizado pela empreiteira a dar informações sobre o andamento do empreendimento. O Estado de Minas procurou a direção da construtura Companhia da Obra para obter esclarecimentos sobre o assunto, mas não conseguiu contato.
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), responsável pela intervenção, informa que a obra está suspensa “aguardando a reativação de um convênio feito com o Estado, que era o concedente dos recursos para a execução. No momento, não há previsão de retomada dos trabalhos”.
Já a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), afirma “que o convênio 003/2013, firmado entre a PBH e o governo de Minas, cujo objeto é a construção do Espaço multiúso, no Parque Municipal, foi cancelado unilateralmente pelo estado em 30 de dezembro de 2014. Ou seja, no governo cujo mandato expirou em 31 de dezembro passado”.
Conforme a Setop, a retomada está sendo avaliada. “Em 23 de abril deste ano, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura/PBH enviou ofício para que a manutenção do convênio seja reconsiderada, o que está em análise pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas”.
Quem vê a obra fica impressionado com o salto que a construção deu em um ano, mas, ao mesmo tempo, se espanta com a nova paralisação. “Passo aqui sempre fazendo caminhada, mas já era para este espaço estar pronto, não é mesmo?”, comentou um homem com sua roupa de ginástica. Já uma mulher lastima que tenham demolido o antigo Colégio Imaco e não dado ainda um destino ao terreno. “Achei até que tivessem parado o serviço devido a essa chuvinha de hoje”, ironizou.
INTEGRAÇÃO Com projeto do arquiteto Gustavo Penna e demandando recursos de R$ 15 milhões – R$ 13,5 milhões do governo de Minas e R$ 1,5 milhão da PBH –, o multiúso deverá ter palco para shows e plateia com capacidade para 3 mil pessoas, além de varandão integrado ao meio ambiente, acessos a uma biblioteca, cafeteria e outros serviços. Na solenidade de lançamento do projeto, foi divulgado que a gestão do espaço será da Fundação Municipal de Cultura (FMC), embora a área seja administrada pela Fundação de Parques Municipais.
Na época, diante do então governador e hoje senador Antonio Anastasia e outras autoridades, o prefeito Marcio Lacerda declarou: “Trata-se de uma obra emblemática para todos nós, pois o Parque Municipal é um espaço democrático e terá sua importância mais destacada. O projeto foi feito elaborado entre 2007 e 2008, teve processo de licitação há mais de um ano, mas enfrentou dificuldades, na época, para obter financiamento no Ministério do Turismo. Dessa forma, o governador entrou como parceiro”.
Memória
Desativado
sob polêmica
No fim da década de 2000, causou polêmica o projeto de demolição do Colégio Imaco, inaugurado em 1952, quando Américo Renné Giannetti era prefeito (de 1951 a 1954). Em 2009, o prédio foi desativado. O anúncio da nova construção se deu em abril de 2013, mas, em agosto seguinte, houve paralisação dos serviços durante mais de dois meses. O motivo então alegado pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) era de que estava sendo feito o “refinamento dos projetos”, que, para especialistas, se traduzia por problemas nas fundações, o que depois foi resolvido. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) informava que a liberação de recursos por parte do governo estadual estava condicionada à solução de algumas pendências técnicas no projeto.
Desativado
sob polêmica
No fim da década de 2000, causou polêmica o projeto de demolição do Colégio Imaco, inaugurado em 1952, quando Américo Renné Giannetti era prefeito (de 1951 a 1954). Em 2009, o prédio foi desativado. O anúncio da nova construção se deu em abril de 2013, mas, em agosto seguinte, houve paralisação dos serviços durante mais de dois meses. O motivo então alegado pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) era de que estava sendo feito o “refinamento dos projetos”, que, para especialistas, se traduzia por problemas nas fundações, o que depois foi resolvido. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) informava que a liberação de recursos por parte do governo estadual estava condicionada à solução de algumas pendências técnicas no projeto.
O projeto
Capacidade
3 mil pessoas
O que ofereceria
Palco, biblioteca, cafeteria
Custo
R$ 15 milhões
. Capacidade
3 mil pessoas
O que ofereceria
Palco, biblioteca, cafeteria
Custo
R$ 15 milhões