A crise no sistema carcerário se agravou com o fechamento, devido a decisão judicial, do Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira, em Belo Horizonte. O local era uma das principais portas de entrada de criminosos detidos na capital mineira. Em abril, o Estado de Mians mostrou que as seis unidades de regime provisório em Minas – Betim, Contagem, Juiz de Fora e Ipatinga, além da Centro-Sul e Gameleira, em BH – abrigam um número de presos duas vezes maior do que a capacidade de acolhimento. Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) mostram que os Ceresps somam apenas 1.510 vagas para um universo de 4.638 detentos.
Nos últimos dois dias, as Centrais de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan) no Bairro Floresta, Região Leste de BH, ficaram tomadas por presos que esperavam dentro das delegacias para serem enviados para um Ceresp. Vítimas e policiais militares chegaram a esperar mais de 12 horas para encerrar uma ocorrência.
De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), a população carcerária de Minas Gerais teve aumento líquido de 3.336 detentos em 2015, considerando os números de abril. Isso dá uma média de 834 presos adicionais por mês, que no fim do ano tem acumulado de 10 mil presos a mais no sistema.
Em nota, enviada na tarde desta quarta-feira, o secretario de Estado de Defesa Social, Bernardo Santana, serão tomadas medidas emergenciais “brevemente”. Sem citar data, afirmou que vai utilizar carceragens da Polícia Civil, reativar cadeias mediante reformas e adaptar prédios públicos ociosos. Disse, ainda, que a Seds se concentrará na retomada de obras de presídios paralisadas por falta de pagamento. .