Jornal Estado de Minas

Militares são indiciados por crimes contra uma policial civil e o marido no Barreiro

A Polícia Civil informou na tarde desta segunda-feira que indiciou três militares envolvidos na ocorrência em que a investigadora de polícia Fabiana Aparecida Sales foi baleada e o marido dela, Filipe Sales, morreu. O crime ocorreu na Região do Barreiro, no dia 28 de abril. O inquérito foi conduzido pela equipe de policiais do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).



De acordo com o delegado Alexandre Oliveira, que coordenou as investigações, com base em provas contundentes já pode representar pelo indiciamento dos três militares por quatro crimes: homicídio qualificado, tentativa de homicídio, fraude processual e disparo de arma de fogo em via pública. Ao entregar o relatório, ele solicitou ao Judiciário, novo prazo para anexar laudos periciais ainda pendentes e eventuais diligências.

De acordo com as investigação, no dia do crime, os policiais militares estavam numa mata, próxima à casa da investigadora, praticando tiro ao alvo. Uma placa utilizada como alvo no treinamento foi apreendida no local. Conforme a polícia, o terreno, próximo a uma área residencial, muitas vezes é frequentado por usuários de drogas. Fabiana contou que, ainda no período da tarde, enquanto trabalhava, foi informada pela filha, numa ligação telefônica, sobre o barulho de tiros vindos do local.

Por volta das 18h, quando chegou em casa, a investigadora ouviu gritos e barulho de tiros vindos do mesmo terreno. Foi quando decidiu ir ao local, junto com o marido, verificar o que estava acontecendo. Nesse momento, foram surpreendidos pelos militares, que dispararam contra o casal. De acordo com relatório de necropsia, Filipe foi alvo de oito tiros, sendo cinco pelas costas, dois no peito e um na coxa direita. A investigadora também foi atingida por um disparo. Filipe morreu no local e Fabiana foi atendida no hospital e depois de passar por cirurgia, liberada.



Ainda conforme o delegado Alexandre Oliveira, os militares, após o fato, não prestaram socorro à vítima e ainda levaram as armas objetos das investigações, tornando o local do crime inidôneo. Eles seguiram então para o Batalhão da Polícia Militar e só se apresentaram à Polícia Civil cerca de oito horas após o crime, quando foi ratificado o auto de prisão em flagrante por homicídio tentado e homicídio consumado.

As armas usadas pelos policiais militares para o treinamento de tiro, três pistolas calibre 380, eram de uso particular. A Polícia prossegue na apuração sobre a procedência da arma que os militares afirmaram estar em posse de Filipe. Já a investigadora Fabiana portava uma pistola calibre 40 de uso policial.

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