Jornal Estado de Minas

Polícia localiza filha de casal que matou menina de dois anos em Juiz de Fora

Bebê de dois meses está sob a guarda de tios paternos em Simão Pereira, na Zona da Mata. Os pais da criança estão presos pela morte de uma menina de dois anos

Luiz Fernando Motta
Leonardo Tomóteo, de 28 anos e Franciele da Silva Gabriel, de 25 anos estão presos por matar a filha dela, uma menina de dois anos - Foto: Montagem/TV Alterosa

A mãe e o padrasto da menina de dois anos que foi espancada até a morte em Juiz de Fora tiveram um outro filho em março deste ano. A criança, que era procurada desde a última sexta-feira pela Polícia Civil, foi localizada na cidade de Simão Pereira, também na região da Zona da Mata. O menina de dois meses está sob a guarda de tios paternos.

De acordo com a Polícia Civil, Franciele da Silva Gabriel, de 25 anos, entrou em coma logo após o parto. A maternidade não entregou a criança ao pai, Leonardo Tomóteo, de 28 anos, por causa de seu histórico de violência doméstica. A vara da infância e juventude de Juiz de Fora foi acionada e determinou que a guarda provisória da menina ficasse com os tios.

Leonardo e Franciele foram detidos durante o velório da filha dela, na madrugada da última quinta-feira. O homem confessou que espancou a enteada até a morte. De acordo com o delegado, o casal brigava na noite do crime. Durante a discussão, o padrasto se virou para a criança e começou a agredi-la.
A menina morreu com chutes na cabeça.

A polícia descobriu ainda que a menina já tinha apanhado do padrasto dias antes da morte. O casal foi ouvido novamente na manhã desta quarta-feira pelo delegado Rodrigo Rolli, que confirmou as agressões.

Eles serão indiciados por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e crueldade. Além disso, agora o padrasto será indiciado por maus tratos.

Assim como o bebê localizado pela polícia, a menina também ficava com parentes. A criança era cuidada por tios maternos e voltou aos cuidados da mãe no dia 12 de abril. O tio contou à polícia que Franciele exigiu cuidar da filha e ele não teve como negar, já que não tinha autorização judicial para ficar com a menina. De acordo com o delegado, o homem chorou muito durante os depoimentos e disse ter "entregado a sobrinha para a morte". O delegado ainda irá ouvir o pai da criança, que, segundo a família, também era omisso em relação à filha. A polícia ainda não conseguiu ouvi-lo porque ele não tem residência fixa.

O delegado já pediu um exame de sanidade mental do casal, mas ainda não há resultados. No depoimento desta quarta-feira, os dois afirmaram que nunca passaram por nenhum tratamento psiquiátrico.

Após a constatação da morte, a primeira versão do casal foi de que a criança caiu da cama. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal, onde a médica chamou os familiares e informou que não se tratava de morte acidental. Logo depois, a mãe e o padrasto criaram outra história, dizendo que ela havia caído durante o banho, mas a gravidade das lesões desmentiram a versão.

Familiares contaram que o casal se apresentava frio, sem qualquer tipo de comoção, durante o velório da criança. Após serem detidos, os dois confessaram à polícia que só estavam esperando o enterro da menina para viajar para o Rio de Janeiro.

A mulher está na penitenciária feminina Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora. O companheiro dela está preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), também na cidade na Zona da Mata..