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Estado de Minas

Parque Rosinha Cadar é oásis no Santo Agostinho

Com quase 7 mil metros quadrados, Parque Rosinha Cadar vira refúgio para 'órfãos' da praça da Assembleia, que está em reforma. Tranquilidade em meio ao concreto é elogiada


postado em 14/05/2015 06:00 / atualizado em 14/05/2015 07:36

Pedro Ferreira

Parque abriga bosque com paineiras, oitis, palmeiras e outras espécies: retiro em plena metrópole (foto: Euler Junior/EM/D.A Press )
Parque abriga bosque com paineiras, oitis, palmeiras e outras espécies: retiro em plena metrópole (foto: Euler Junior/EM/D.A Press )

Em meio a uma selva de concreto, um refúgio natural para descansar corpo e mente. O Parque Municipal Rosinha Cadar, que ocupa metade de um quarteirão no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, é opção de convivência social e sinônimo de descanso para quem trabalha nas imediações. Com as obras de reforma da Praça Carlos Chagas – em frente à Assembleia Legislativa de Minas –, que se arrastam desde junho do ano passado, o local nunca foi tão frequentado como agora. O presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Santo Agostinho (Amagost), Rodrigo Laender Ambrosi Najar, chegou a pedir à prefeitura a ampliação do horário de funcionamento do Rosinha Cadar, alegando falta de espaços públicos para lazer na região durante a reforma da praça, mas o pedido foi negado por haver decreto que regulamenta o horário de funcionamento dos parques e da segurança. “A Carlos Chagas deveria ter ficado pronta em março, mas a previsão é só 14 de junho”, reclama Rodrigo.

Os 6,9 mil metros quadrados do Rosinha Cadar  estavam abandonados há 20 anos, alvo de longa disputa judicial. Em 1994, foram transformados no parque, graças a uma parceria da Assembleia Legislativa e o município. Os projetos arquitetônico e paisagístico valorizaram a vegetação. Há um bosque com paineiras, palmeiras, oitis, pau-rei, eucaliptos brancos, acácias, ipês e jambo, onde bem-te-vis, beija-flores e sanhaços buscam proteção e se reproduzem em suas copas. Uma cascata artificial alimenta as fontes de água, onde carpas nadam. O lugar ainda oferece assentos confortáveis, mesas de jogos e locais destinados a eventos, leitura e brincadeiras infantis. Aos sábados, muita gente participa das aulas de ioga, kung fu e tai chi chuan. Escolas da região levam crianças para um contato com a natureza. O refúgio natural fica ao lado da sede do Legislativo mineiro, com entradas pelas ruas Rodrigues Caldas e Matias Cardoso.

A assistente social Sandra Coelho Ribas de Jesus, de 39 anos, mora no Bairro Gutierrez, na Região Oeste, e vai todas as tardes praticar exercícios numa academia de ginástica pública debaixo das árvores. “O parque é muito bem cuidado. Há seguranças, guaritas, alunos que saem da escola e vêm estudar aqui, pessoas lendo. Não vejo nenhuma sujeira no chão”, elogia. Pela manhã, o local é muito frequentado por crianças, idosos e por pessoas passeando com seus cães. “É bem melhor do que ficar em uma academia fechada, com barulho de som ou de TV”, disse Sandra. “A gente percebe que as árvores são bem antigas, bem preservadas e sem tantas podas”, completa.

Milene Oliveira, de 15, estuda em uma escola pública do Barro Preto, Região Centro-Sul, e sempre depois da aula vai com as amigas fazer as tarefas escolares no parque. “Meu irmão faz um curso aqui perto e a gente sempre o espera para voltar de carona para casa”, disse a estudante, que usa as mesas de jogos existentes no parque, feitas em granito, para estudar. “Aqui é muito tranquilo. Muito fresco”, comentou.

GARI APAIXONADA
A gari Anelita Mendes Dantas, de 60, conta que é tão apaixonada pelo parque que,  se pudesse, moraria no local. Há quatro anos, ela deixou de varrer as ruas do Centro de BH para fazer a manutenção do espaço público e se sente feliz. “Fiz muitas amizades aqui. As pessoas até me chamam de presidente do parque, me abraçam e me dão presentes”, conta a gari, mostrando os brincos que usava. “Presente do Dia das Mães”, comentou Anelita, dançando com a sua vassoura para demonstrar o tamanho da sua felicidade. Mesmo aposentada, ela diz não trocar o parque pela sua casa, no Bairro Santa Maria, Região Oeste. “Sou muito mais feliz aqui do que em casa sem fazer nada”.

O mestrando Guilherme de Mattos, de 27, mora no Gutierrez, e procura a tranquilidade do Rosinha Cadar para estudar, ler um livrou ou jornal. “É muito difícil você achar um lugar tranquilo como esse na cidade”, comentou. A auxiliar de escritório Jussara Rezende, de 42, trabalha em um escritório de advocacia e há sete anos passa o seu horário de almoço no parque, das 14h30 às 15h30. Ela se sente tão à vontade que tira os sapatos, cuida das unhas, costura e faz amizade com os donos de cães. “Coloco os pés para cima, faço fotos com o celular e mando para as minhas amigas. Falo: ‘Olha o meu momento relax’”, brinca.

FUNCIONAMENTO

De terça-feira a domingo
Horário: das 8h às 18h
Entradas pelas ruas Rodrigues Caldas, 315,  
e Matias Cardoso, 126


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