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Estado de Minas

Policial civil é preso por suspeita de contribuir em esquema de fraudes no seguro DPVAT

Ao todo, operação no Norte de Minas prendeu 41 pessoas, entre policiais militares e civis, médicos, fisioterapeutas, advogados e donos de empresas criadas para auxiliar vitimas de acidente a requerer o seguro


postado em 14/05/2015 18:04 / atualizado em 14/05/2015 18:09

Foi preso nesta quinta-feira o investigador da Polícia Civil Junio Pereira Ramos, de Montes Claros, no Norte de Minas. Ele teve a prisão preventiva decretada por envolvimento na organização criminosa responsável por fraudes no seguro DPVAT. A quadrilha foi desarticulada na “Operação Tempo de Despertar”, desencadeada pela Policia Federal e Ministério Público Estadual (MPE) em 13 de abril. Ao todo, foram detidas 41 pessoas, entre policiais militares e civis, médicos, fisioterapeutas, advogados e empresários – donos de empresas criadas para “auxiliar” vitimas de acidente a requerer o seguro.

De acordo com o Ministério Público Estadual e a PF, os desvios de recursos públicos patrocinados pelos envolvidos no esquema desmontado no Norte de Minas chega a R$ 28 milhões. No entanto, os promotores Paulo Márcio da Silva e Guilherme Roedel Fernandez afirmam que as fraudes no seguro DPVAT se espalham por outras comarcas em Minas Gerais e no Brasi. Segundo eles, a estimativa é de que os prejuízos cheguem a R$ 1 bilhão por ano.

De acordo com as investigações, as fraudes são praticadas da seguinte forma: quando uma pessoa sofre um acidente simples – uma queda de moto, por exemplo –, ela vai até o pronto socorro. Aí, é feito o registro da ocorrência. Orientado por uma empresa, o individuo entra com o pedido do seguro DPVAT na esfera administrativa. Na sequência, é contratado um advogado que entra com uma ação judicial, pleiteando um valor maior da indenização (o valor máximo é de R$ 13,5 mil), com o argumento de que a pessoa sofreu uma lesão grave, teve a perda de movimento de membros (pernas e braços) ou ficou inválida. Para isso, recorrem a laudo falso de um médico ou fisioterapeuta, também conivente com o esquema. Cada participante da fraude recebe pagamento em dinheiro.

O investigador Junio Pereira Ramos foi preso em Montes Claros e transferido para a Custódia da Policia Civil em Belo Horizonte. Ele teve prisão preventiva decretada pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Montes Claros, Fausto Geraldo Ferreira Filho. Também foi decretada a prisão preventiva de Valdemir Cardoso Santana, dono de uma empresa da cidade que trabalha com os pedidos do seguro DPVAT. Segundo o advogado de defesa de Valdemir, Nestor Rodrigues, o empresário deve se apresentar ainda nesta quinta-feira, mas “a defesa entende que não há requisitos que justifiquem a prisão preventiva e deve entrar com as medidas cabíveis para reverter a decisão.”


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